O arquitecto João Luís Carrilho da Graça é o vencedor do Prémio Pessoa 2008, no valor de 60 mil euros, foi anunciado esta sexta-feira. Segundo o júri, presidido por Pinto Balsemão, o prémio foi atribuído devido a uma obra “notável e coerente”.

O Prémio Pessoa é concedido, anualmente, a portugueses que tenham sido protagonistas de “uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país”.

João Luís Carrilho da Graça nasceu em 1952. Licenciado pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em 1977, foi assistente na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa entre 1977 e 1992.

Entre a sua vasta obra, destacam-se a Escola Superior de Comunicação Social (Lisboa), o Pavilhão do Conhecimento dos Mares (Lisboa, para a Expo 98), a Igreja de São Paulo (Macau), o Mosteiro Flor da Rosa (Crato), o Convento de Jesus (Setúbal) e o Convento de São Francisco (Coimbra).

30 anos de carreira

Carrilho da Graça acabou de restaurar o edifício do Museu do Oriente (Lisboa) e tem como projectos quase terminados a Escola Superior de Música de Lisboa, a Igreja de Santo António (Portalegre) e o Complexo de Auditórios de Música (Poitiers, França).

É professor convidado da Universidade Autónoma de Lisboa (no departamento de arquitectura), desde 2001, e da Universidade de Évora, desde 2005. Tem desenvolvido actividade pedagógica em seminários, conferências e semestres de docência em várias escolas.

Em 30 anos de carreira, Carrilho da Graça recebeu vários prémios, entre os quais um da Associação Internacional dos Críticos de Arte em 1992 pelo conjunto da sua obra e por ocasião da execução da Escola Superior de Comunicação Social, Prémio Secil 1994, prémio Luzboa 2004, da primeira bienal internacional de arte em Lisboa, entre outros.

Está publicado em diversos livros e revistas de arquitectura e foi distinguido com a Ordem de Mérito da República Portuguesa em 1999.

60 mil euros

Dez anos depois de Eduardo Souto Moura, um dos mais importantes prémios a nível nacional volta a ser entregue a um arquitecto.

Instituído em 1987 pelo jornal Expresso e pela empresa Unisys e patrocinado pela Caixa Geral de Depósitos, o prémio é constituído por um diploma e por um montante de 60 mil euros. Qualquer instituição ou pessoa portuguesa pode enviar propostas de candidatura ao prémio.

Da lista de premiados, fazem parte nomes como os historiadores José Mattoso (1987) e Irene Pimentel (2007), os escritores Vasco Graça Moura (1995) e Mário Cláudio (2004), o actor e encenador Luís Miguel Cintra (2005) e o presidente da YDreams, António Câmara.