“Hamlet Au” (a personagem virtual criada pelo norte-americano Wagner James Au) marcou presença no espaço da Universidade do Porto no Second Life para uma sessão de debate sobre jornalismo neste mundo virtual, integrada no I Congresso Internacional de Ciberjornalismo.

Au é autor do blogue “New World Notes“, onde descreve histórias sobre pessoas e eventos do Second Life. Já colaborou com órgãos de comunicação social como a CNN, Salon e Wired sobre este tema.

Entre as histórias que descobriu, conta-se a de uma sem-abrigo na vida real com vastos conhecimentos de informática que conseguiu arranjar uma ligação Internet num edifício abandonado e que, através de um portátil, acedeu ao Second Life. Lá fez uma pequena fortuna em Lindens (a moeda do Second Life) e chegou mesmo a construir a sua própria mansão online.

Outra história dos mundos virtuais referida por “Hamlet Au” foi a de um soldado americano que regressou incapacitado do Iraque e que agora dedica-se a tempo inteiro ao Second Life, desenvolvendo os seus próprios projectos sociais.

O boom já passou

Paulo Frias, professor da UP e moderador do debate, aproveitou para falar dos projectos promovidos pela universidade no Second Life, que passam por uma “ilha” (espaço virtual) a encontros entre comunidades lusófonas neste mundo virtual.

Depois do boom de popularidade do Second Life, em 2007, com milhões de utilizadores a explorar este mundo virtual, hoje em dia o panorama é muito diferente, diz Paulo Frias. Os curiosos afastaram-se e o Second Life é agora utilizado essencialmente para projectos de pesquisa e de investigação.

“Há muita gente que diz que quando se entra no Second Life tropeça-se em investigadores”, confessa.