O presidente da Fundação de Serralves, António Gomes de Pinho, manifestou, esta terça-feira empenhamento na resolução do impasse em torno da Casa do Cinema Manoel de Oliveira.

“Tudo faremos para que a Casa Manoel Oliveira, que, como se sabe, pertence à Câmara do Porto e foi construída para alojar o espólio de Manoel de Oliveira, possa ser restituída à comunidade, mas isso não depende de nós”, sublinhou o presidente da Fundação, quando questionado sobre o empenho numa negociação destinada a pôr a Casa do Cinema Manoel de Oliveira (CCMO) ao serviço da cultura.

O processo também depende da Câmara do Porto, proprietária do edifício, e da família do cineasta, disse aos jornalistas, no fim de uma conferência de imprensa.

“Assumimos todas as responsabilidades. Da nossa parte há um caminho de total abertura, desde que isso não ponha em perigo a sobrevivência da fundação e estamos convencidos de que a grande homenagem que aqui prestamos ao cineasta na última sexta-feira, por ocasião do seu centenário, contribuirá para ultrapassar as últimas dificuldades”, disse.

Espírito de abertura também para a Cinemateca

Quanto à participação na fundação da Cinemateca Portuguesa no Porto, Gomes de Pinho reafirmou igual disposição da fundação de participar na criação do pólo, também pela “drástica redução da exibição de cinema de qualidade no Porto”.

Gomes de Pinho garantiu também que Serralves vai pôr ao serviço deste projecto “toda a sua capacidade de gestão rigorosa para que se concretize o mais rapidamente possível”.

“Trata-se de um processo aberto, cooperativo e que queremos inovador, que é uma característica da nossa instituição, e estamos convencidos de que se vai concretizar apesar da sua complexidade”, rematou.