O Mercado do Bolhão será requalificado sem “perturbar a narrativa arquitectónica” do edifício, garantiu, esta quinta-feira, o ministro da Cultura, José Pinto Ribeiro.

Durante a assinatura do protocolo para a reabilitação do Mercado do Bolhão, firmado entre o ministério e a Câmara do Porto, Pinto Ribeiro afirmou que o Porto é uma “cidade com uma linguagem arquitectónica muito própria, muito marcada”, que importa preservar.

Rio não está arrependido

Apesar das críticas da oposição camarária, nomeadamente no que diz respeito ao tempo perdido, o presidente da autarquia, Rui Rio, voltou a defender a sua estratégia anterior (a concessão total do processo a privados): “se fosse hoje voltava a fazer tudo de novo, a não ser que tivesse o dom da adivinhação”.

“Perdemos três anos por respeito ao dinheiro dos contribuintes”, disse. “As obras de recuperação são para fazer com iniciativas privadas e não com o dinheiro com o dinheiro dos contribuintes”, justificou. “Há quem saiba fazer as coisas melhor que a Câmara Municipal do Porto e entregamos as coisas a quem as sabe fazer”.

Para a requalificação do mercado, que será financiada unicamente com dinheiros públicos, a câmara conta com a indemnização que espera que a TramCroNe (empresa a quem a autarquia entregou o processo de reabilitação) venha a pagar, a venda de acções do Mercado Abastecedor do Porto e verbas comunitárias.