O pintor, galerista e fundador da Bienal de Cerveira faleceu esta quarta-feira de madrugada. Tinha 84 anos. O funeral realiza-se esta quinta-feira, pelas 14h30, no cemitério de Agramonte. Conhecido pelas suas aguarelas, o artista versava muitas vezes a cidade do Porto.

Nasceu no Porto em 1924 e estudou pintura na Escola Soares dos Reis. A sua primeira exposição foi em 1945. Fundou a Galeria Alvarez (1954), a mais antiga galeria de arte portuguesa em actividade sem interrupções, editou a “Revista de Artes Plásticas” e lançou os Encontros Internacionais de Arte e a Bienal Internacional de Arte em Cerveira.

Um dos quadros de Jaime Isidoro sobre o PortoUm dos quadros de Jaime Isidoro sobre o Porto
Imagem: DR

“Jaime Isidoro foi, para a minha geração, o exemplo do intelectual independente mas actuante, que alia a sua condição de artista à de catalisador cultural infatigável, pleno de imaginação e iniciativa”, escreveu José Augusto Seabra no catálogo da Bienal de Cerveira de 1999.

Foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultural da Câmara de Cerveira (1982) e com as medalhas de ouro das câmaras do Porto, em 1988, e de Gaia, em 2002.

Num catálogo da exposição individual na Galeria Por Amor à Arte, do Porto, Jaime Isidoro afirmou: “a arte é uma das manifestações mais transcendentes do espírito, não se limita a convenções ilustrativas. É através da arte que se poderá desbravar o desconhecido, na medida em que a sua definição ainda é um mistério”.