“Quem Quer Ser Bilionário?” (“Slumdog Millionaire”, no título original), o filme que Danny Boyle rodou nos subúrbios pobres de Bombaim, afirma-se cada vez mais como favorito na corrida aos Óscares, depois de ter dominado, ontem, a cerimónia dos BAFTA, os prémios de cinema da Academia Britânica e Artes Cinematográficas e Televisivas.

O filme arrecadou sete prémios, entre os quais o de melhor filme, realização, argumento e banda sonora. Isto já depois de de ter dominado os Globos de Ouro, onde venceu todas as categorias para as quais estava nomeado.

Nas categorias individuais, o prémio de Melhor Actor foi para Mickey Rourke, por “The Wrestler”, contrariando o favoritismo de Sean Penn (“Milk”). Já no que diz respeito ao BAFTA de Melhor Actriz não houve surpresas, com a consagração de Kate Winslet por “The Reader”, história que tem como pano de fundo os campos de concentração nazis.

Na antecâmara dos Óscares, que serão entregues no próximo dia 22, confirmou-se também a consagração póstuma de Heath Ledger, por “Batman: O Cavaleiro das Trevas”. Já a espanhola Penélope Cruz foi ao palco receber o BAFTA de Melhor Actriz Secundária. “Wall-E” também confirmou o favoritismo ao arrecadar o prémio para melhor filme de animação.

Surpresas e desilusões

Na noite ”bilionária” de Danny Boyle, o grande derrotado acabou por ser “O estranho caso de Benjamin Button”. Com um total de 11 nomeações, o filme de David Fincher acabou por conquistar apenas três prémios.

Surpreendente foi também a não-vitória de “Valsa com Bashir” na categoria de Melhor Filme Não Falado em Inglês. O prémio foi para “”Il y a longtemps que je t’aime”, de Philippe Claudel.

Destaque ainda para o prémio de carreira atribuído a Terry Gilliam, membro dos Monty Python e realizador.

BAFTA podem ser “bom prenúncio para os Óscares”

A menos de duas semanas da entrega dos Óscares, Mário Augusto, jornalista e crítico de cinema, explicou ao JPN que os BAFTA podem ser “um bom prenúncio” para se perceber quem vai vencer as estatuetas douradas.

De resto, Mário Augusto não se mostra surpreendido com as escolhas da Academia Britânica e Artes Cinematográficas e Televisivas. A surpresa terá sido mesmo a vitória de “Il y a longtemps que je t’aime”, em detrimento de “Valsa com Bashir”, que tinha vindo a conquistar muitos prémios. Mário Augusto pensa que esta vitória funcionou mais como uma “estratégia de marketing” e um “pretexto para criar alguma polémica”, algo que o jornalista considera “normal em eventos como estes”.