Um potencial investidor, de nacionalidade alemã, enviou hoje a Vila do Conde um representante para se reunir com o Presidente da Câmara local, Mário Almeida, no âmbito do processo de insolvência da Qimonda. O anúncio foi feito pelo próprio autarca, que se recusou, no entanto, a revelar a identidade do investidor.

A Qimonda AG, que possui uma fábrica em Vila do Conde desde 1998, declarou falência em Janeiro e procura um comprador até dia 1 de Abril, sob pena de fechar as portas. Mas, apesar de os 1700 postos de trabalho da unidade portuguesa continuarem em risco, as notícias sobre potenciais investidores têm produzido um “efeito positivo” nos trabalhadores.

ACTUALIZAÇÃO

Começa a ver-se a luz ao fundo do túnel na Qimonda. O investidor garantiu que irá apresentar, dentro de três semanas, uma proposta de compra do gigante alemão. A informação foi confirmada por Mário Almeida, autarca de Vila do Conde. A consumar-se a transacção, a unidade vilacondense responsabilizar-se-ia por “painéis solares e microchips”.

A garantia é dada ao JPN por Miguel Moreira, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte (STIEN). “Os trabalhadores têm reagido positivamente a tudo, de forma a viabilizar os postos de trabalho”, afirma.

O sindicalista afiança, no entanto, que as “preocupações” já anteriormente manifestadas continuam as mesmas, devido à ausência de uma “evolução significativa” da única solução para a sobrevivência da Qimonda.

“Se são apenas ‘potenciais’ compradores, é porque ainda não são compradores. Ainda estamos no campo das invenções. Lutamos com optimismo e confiança, mas daí a estas notícias passarem ao concreto vai uma grande distância”, refere Miguel Moreira.

Manutenção das fábrica de Vila do Conde e Dresden é “viável”

Enquanto Mário Almeida comunicava a presença do representante do investidor alemão em Vila do Conde, fonte da empresa revelou à Agência Financeira a possibilidade de manter as fábricas de Vila do Conde e Dresden abertas, indepentemente da conclusão do processo de falência da empresa-mãe.

Miguel Moreira lembra que a produção das duas unidades é “complementar”, o que torna “viável a sua manutenção”. “A grande luta, aliás, é essa”, assume, explicando que o objectivo actual da gigante alemã é “expurgar tudo aquilo que não é imprescindível e manter o mais importante, quem neste caso, são as unidades de Vila do Conde e Dresden”.