O Cine-Teatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, acolhe, sexta e sábado, mais um Festival para Gente Sentada. Dois dias para ver e ouvir nomes afirmados e novos valores no cenário dos “singer-songwritters”, num ambiente intimista entre o público e os artistas.

No primeiro dia sobem ao palco os Giant Sand, banda de Howe Gelb que regista a mística do deserto americano em canções alt-country expansivas; o americano Chris Eckman, membro dos Walkabouts, com as suas músicas desencantadas e hipnóticas; e, em estreia em Portugal, Chuck Prophet, guitarrista que se divide entre os lendários Green On Red e uma carreira a solo preenchida por reminiscências das raízes do rock e por alguns apontamentos funk e hip-hop.

“Nomes de destaque” num cartaz que é “um dos mais bem conseguidos de sempre”, diz João Carvalho, da Ritmos, organizadora do evento. Apesar de considerar os Giant Sand “o nome mais forte” do festival, João Carvalho assinala a presença do português Manuel Cruz, considerado “um sinónimo de qualidade”.

O ex-Ornatos Violeta vai apresentar, no segundo dia, temas do novo disco “FogeFogeBandido” num concerto com um formato concebido especialmente para o festival. Espera-se “algo mais intimista”, mas ainda não se “sabe muito bem o que o Manuel Cruz tem preparado” pois “ele é muito senhor do seu nariz, e ainda bem”, conta João Carvalho ao JPN.

Antes de Manuel Cruz, tem a palavra e a guitarra Russian Red, madrilena de voz de veludo que vem pela primeira vez a solo nacional. Aclamada como a nova cara do indie espanhol, Russian Red faz jus à intenção do festival em “mostrar em primeira-mão alguns dos artistas mais surpreendentes deste género musical [o “singing-songwritting”]”.

A fechar o festival estará o americano Josh Rouse, com as suas canções ora melancólicas ora jubilosas, já bem conhecidas do público português.

Bilhetes esgotados

A dias de iniciar a sua sexta edição, a verdade é que o Gente Sentada tem atraído cada vez mais adeptos. Este ano, a adesão “superou as expectativas”, revela João Carvalho. O festival costuma esgotar, mas nesta edição “há já alguns dias que não há bilhetes”.

De resto, fica prometido “um festival relaxante” para “uma classe de melómanos que acompanha o fenómeno da música e que tem bom gosto”, remata João Carvalho. Recebido com entusiasmo não só pelo público, mas também pelos artistas que por lá passam. Como Devendra Banhart, que, após a passagem pelo Gente Sentada em 2004, dedicou uma música a Santa Maria da Feira.