O Postcrossing é um projecto que teve início em Julho de 2005. Criado e desenvolvido pelo português Paulo Magalhães, a viver em Xangai, o site tem como objectivo principal estimular a troca de postais entre pessoas de todo o mundo.

O processo é simples e está ao alcance de qualquer um: após o registo no site, o utilizador pede a morada de outro utilizador para poder enviar um postal. Depois recebe um e-mail com uma morada e um ID (por exemplo: PT – 567) que é atribuído unicamente a cada pessoa. De seguida, envia um postal para a morada que lhe foi entregue e espera que a troca de postais aconteça.

Da Alemanha para o mundo

Rudi Ferrari (Wyando, como é conhecido no Postcrossing) é alemão e é o utilizador que enviou e recebeu mais postais através do site. Os números ultrapassam os 2200 postais “oficiais” para moradas seleccionadas aleatoriamente . Para Wyando as principais vantagens do Postcrossing passam pela “troca de postais com pessoas de todo o mundo” e “o apoio aos serviços de correio local”, diz, com humor, ao JPN.

A ideia surgiu quase por brincadeira quando Paulo Magalhães, a estudar Engenharia de Sistemas e Informática em Braga, criou um site para troca de postais. Quase sem que desse conta, o número de utilizadores cresceu e hoje ultrapassa já os 84 000 registados, espalhados por 192 países. O principal objectivo é a troca de postais entre pessoas de todo o mundo, mas as vantagens do projecto não se ficam por aqui, como explica Paulo Magalhães.

Paula Ribeiro, de 34 anos, registou-se no Postcrossing em 2006, depois de ver o portal mencionado num site português dedicado à filatelia: “Foi paixão à primeira vista (…) Ainda hoje me lembro da sensação de registar o primeiro postal recebido, do Japão”, refere. Já enviou 355 postais para 55 países diferentes. “Conhecemos culturas e pessoas de todo o mundo, pratica-se Inglês, trocamos experiências e temos sempre alguém do outro lado com quem ‘conversar’. A única desvantagem é mesmo a falta de espaço para arrumar tanto postal! O Postcrossing é viciante!”, diz.

Segurança garantida

Karina Bueno, de São Paulo, não tem medo que alguém utilize mal a morada que fornece no site: “Já pensei nisso, mas tento não me privar de coisas boas por uma neurose. Gosto de confiar nas pessoas e sei que há bem mais pessoas de bom coração no mundo do que o contrário”, explica, para logo ilustrar: “Já fiz amigos por meio do Postcrossing e posso dizer que hoje tenho pessoas muito queridas nesse mundão que recebem os meus postais e me mandam também”.

Para descanso de todos, Paulo Magalhães afirma que são tomadas todas as medidas para que os utilizadores estejam em segurança ao dar a sua morada.

Mas no mundo do Postcrossing há histórias para além dos postais: desde as amizades que se constroem, às especiais felicitações de casamento que chegam por correio do outro lado do mundo, até ao casamento de uma finlandesa e um australiano que se conheceram através do Postcrossing.

No futuro, a equipa do Postcrossing espera atingir os 4 milhões de postais trocados (no espaço de um ano), um futuro que parece possível, a avaliar pelas expectativas dos utilizadores. Para Paula Ribeiro, “não há nada melhor do que chegar a casa e encontrar um postalito à nossa espera na caixa do correio, para esquecer as contas para pagar”. Karina Bueno completa: “Espero que pessoas de outros países conheçam o projecto e que participem. Vida longa ao Postcrossing!”.