Foi perante uma sala lotada que Elisa Ferreira apresentou, confiante, a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal do Porto. A ideia de “projecção” da cidade, valorizando em simultâneo os projectos culturais de relevo e os portuenses, dominou o discurso, ouvido quinta-feira, ao final da tarde, na Alfândega do Porto.

A sessão contou com a participação de várias personalidades ligadas ao Partido Socialista (PS) e à própria cidade do Porto, que quiseram acompanhar Elisa Ferreira na apresentação da candidatura.

A primeira intervenção coube ao líder da concelhia do PS-Porto, Orlando Gaspar. O socialista realçou a importância da nomeação de Elisa Ferreira como candidata às autárquicas pelo PS, dentro do contexto social e económico actual .

“Este é o meu momento e quero dizer presente”

Apesar de Elisa Ferreira já ter desempenhado diversos cargos políticos, tendo dedicado mais de quatro anos à sua actividade no Parlamento Europeu, a candidata é peremptória. “Acho que nunca perdi o norte”, confessou.

O apoio “sentido” de Rui Veloso

O músico Rui Veloso também marcou presença na apresentação da candidata socialista. Com desejos de boa sorte, cantou “Porto Sentido” para encerrar a sessão.

A eurodeputada iniciou a sua intervenção de forma clara e directa: ”Sou candidata à Câmara Municipal do Porto. Assumo este desafio. Este é o meu momento e quero dizer presente”.

“Representa uma esperança”, salientou o arquitecto Manuel Correia Fernandes, alertando várias qualidades da candidata socialista. “Elisa sabe ouvir, sabe compreender, sabe como decidir democraticamente”, acrescentou.

Apesar de se afirmar como “independente”, Elisa Ferreira não prescinde da ligação ao Partido Socialista, com o qual se identifica ideologicamente. Até porque “os laços de confiança” foram “aprofundados” durante os sete anos que a candidata dedicou ao Ministério do Ambiente e do Planeamento.

A eurodeputada quer dar uma nova projecção ao Porto, porque é “possível recuperar a confiança, encontrando respostas novas para problemas velhos “. E, para isso, a candidata pretende valorizar a cultura da cidade e as pessoas que a compõem.

É sem hesitações que a candidata assume o compromisso. “Se a cidade me entregar os seus desígnios, eu tudo farei para me dedicar apenas à cidade do Porto. Serei a tempo inteiro com toda a minha energia, presidente da câmara e serei a primeira mulher presidente da Câmara Municipal do Porto”.

“A Elisa é do Porto até à medula”

O secretário-geral do PS, José Sócrates, marcou presença nesta sessão. Ao caracterizar a candidata escolhida, insistiu na grande ligação que tem com a cidade. ”A Elisa é do Porto até à medula”, gracejou.

“Nós precisamos de um Porto presente e não podemos continuar a ter um Porto ausente”, afirmou José Sócrates, explicando que a escolha de Elisa Ferreira como candidata autárquica se deve a essa “necessidade“. “Vamos transformá-la na próxima presidente”, apelou o socialista.

Sócrates salientou a simbologia da candidatura de Elisa Ferreira, que surge ”de uma vontade e de uma aspiração de mudança, de uma energia, de uma ambição de quem quer liderar o Porto”. O socialista alerta para o nascimento de “um movimento para servir, animar e puxar pelas energias do Porto, da cultura, da ciência, da política”.