Em Março de 2011, o Porto de Leixões estará renovado com um terminal de cruzeiros, uma marina, um centro de investigação da Universidade do Porto (UP) e um pólo de incubação de empresas ligado também à UP.

O concurso para o terminal, orçado em 19 milhões de euros, foi lançado ontem e foi presidido pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino. O projecto inclui a construção de um cais turístico de acesso público que poderá albergar navios de 300 metros de comprimento (mais 50 metros do que a capacidade actual), para além de um porto de recreio para 170 embarcações.

A iniciativa, segundo o ministro, é uma aposta do Governo no turismo de cruzeiros, “uma actividade crescente de potencial enorme”. “O investimento do Terminal de Cruzeiros vai reforçar esse tipo de turismo”, esclarece Mário Lino, que anunciou o objectivo de fazer da região “um destino e não um porto de escala”.

O montante total, anunciou Mário Lino, ascende a 51 milhões de euros e vai incluir o Parque de Ciências e Tecnologias do Mar, o pólo de investigação das ciências marítimas da Universidade do Porto (UP), onde vão estar sedeadas unidades de investigação universitárias, e um pólo de incubação de empresas ligadas ao mar gerido pelo Parque de Ciência e Tecnologia da UP (UPTEC).

“Orgulho da região” trará mais de cem mil passageiros anuais

No entanto, João Pedro Matos Fernandes, presidente da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL), avança que “um primeiro tempo, até 2015, o Porto de Leixões vai funcionar como porto de escala”.

“É um impacto ao qual escapa, por exemplo, a hotelaria, mas que será muito importante para o comércio ou restauração”, atira. Nesta fase, ainda assim, estimam-se receitas na ordem dos 6,5 milhões de euros, com um tráfego de 108 navios e 110 mil passageiros por ano.

O dia de ontem foi assinalado também pelo presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, como “um dia que faz a diferença”, por causa de um “um marco urbanístico, de impacto decisivo, que hoje já é um orgulho para a região”.

“Boa parte do futuro situa-se nos recursos marítimos e Portugal é um dos países da Europa e do Mundo com maior costa, e a nossa costa está muito mal explorada. A Universidade do Porto decidiu ter um pólo que fosse ligado ao mar. E aqui havia espaço e vocação”, explica, manifestando a vontade de ver “um antes e um depois na ligação ao mar”.

“Vai haver um aprofundar de conhecimentos científicos, experiências, tentativas de criação de empresas que depois vão partir para o mercado livre”, afirmou Guilherme Pinto.