Entre os melómanos atentos ao pulsar da cidade, a opinião é unânime: desde há dois anos que a oferta de música ao vivo tem crescido. “E essa oferta é de qualidade”, sublinha Rita Araújo, uma habitual frequentadora do meio. “Há concertos de bandas novas muito interessantes”, concorda Paulo Azevedo.

Para Rita Araújo, pode-se já falar num circuito regular de concertos, até porque “há vários eventos no Porto que têm uma periodicidade mais ou menos definida, como o Alta Baixa [festa dividida entre os bares Maus Hábitos, Passos Manuel e Pitch], o ClashClub ou o Clubbing”.

Os bares e as promotoras são vistos como os principais dinamizadores do circuito musical não comercial da cidade. “Esta oferta deve-se essencialmente à abertura de novos bares”, considera José Eduardo. Já David Silva atribui o “mérito” às promotoras como a Amplificasom e, principalmente, a Lovers&Lollypops.

Passos Manuel, Plano B, Maus Hábitos, Mercedes e Casa Viva são os espaços que têm mais e melhores concertos e com preços “mais acessíveis”, dizem os entrevistados.

A importância do Clubbing

Não são apenas os bares e as promotoras a manter o Porto a mexer. O Clubbing, evento mensal da Casa da Música, tem uma contribuição “muito importante”. “Enquanto que as promotoras trazem bandas mais alternativas, o Clubbing traz as que já têm nome no circuito indie internacional”, explica David Silva, presença assídua no evento.

“É uma só noite por mês que consegue juntar vários géneros de música e público muito diverso”, acrescenta José Eduardo. Paulo Azevedo acredita que o Porto está com mais pessoas interessadas em ver concertos. O fenómeno moda “pode existir”, mas limita-se a ser “uma consequência” desse entusiasmo.

Festivais “concentrados em Lisboa”

Como complemento ao circuito não comercial, propõe-se a realização de festivais no Porto, de modo a virem “bandas mais conhecidas e mais generalistas”, refere Paulo Azevedo. “Isto está concentrado em Lisboa. Mas tem vindo a melhorar; o SuperBock SuperRock voltou a ter uma edição cá”.

José Eduardo sugere um modelo semelhante: “Porque não um Optimus Alive intercalado entre Lisboa e Porto?”