Desde o início do ano que os jornais portugueses “Record” e “O Despertar” adoptaram as novas regras do acordo ortográfico.

Os jornais passaram a apresentar “fatores” em vez de “factores” e falam de “otimismo” em vez de optimismo.

A obrigatoriedade de, mais tarde ou mais cedo, terem de cumprir o acordo ortográfico levou a que alguns jornais portugueses adoptassem, desde já, a nova grafia. “A realidade é mais forte do que as nossas opiniões. Por muito que discordemos do novo Acordo Ortográfico, ele foi discutido (…) e finalmente aprovado”, explica ao JPN Alexandre Pais, director do “Record”.

Paula Alexandra Almeida, directora-adjunta do jornal coimbrense “O Despertar”, acrescenta: “Achámos interessante começar desde já, uma vez que não era nenhum quebra-cabeças fazê-lo. Como recebemos o apoio de todos os colaboradores decidimos avançar desde logo”.

Também alguns jornais brasileiros seguem desde o início do ano o acordo ortográfico, como conta Alexandre Pais. “Os brasileiros seguem-no desde 1 de Janeiro. Porque haveria o “Record” de ficar à espera?”, questiona.

Além dos jornais “Record” e “O Despertar”, também o jornal “O Independente”, da região de Coimbra, adoptou as regras do novo acordo.

Apesar de esta postura ainda não estar minimamente enraizada nos restantes órgãos de comunicação social portugueses, jornalistas e linguistas crêem que será a atitude tomada pela maioria dos mass media nos próximos tempos, ainda que para a maioria esta não seja uma questão prioritária. Paula Almeida diz que “2014 é um horizonte longínquo, é uma estupidez esperar tanto tempo”.

O JPN tentou contactar com a ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social para obter informações sobre outros casos semelhantes e sobre medidas a tomar até 2014 relativamente ao acordo ortográfico, mas não obteve qualquer resposta.