O Bloco de Esquerda apresentou doze medidas para combater a crise social no distrito do Porto. Bloquistas afirmam que o Porto é hoje uma "cidade profundamente desigual".

O Bloco de Esquerda criticou, esta segunda-feira, o facto da Câmara do Porto “não investir dinheiro quando este é necessário”. Segundo João Teixeira Lopes, a autarquia prefere amealhar dinheiro, a investi-lo na população.

As acusações surgiram durante a apresentação de um conjunto de doze medidas propostas pelo BE com o objectivo de combater a crise social no distrito do Porto. Entre as soluções avançadas destacam-se a diminuição da taxa de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para famílias carenciadas, a “suspensão imediata” de todos os despejos e a revisão das rendas cobradas ao nível da Habitação Social.

Para João Teixeira Lopes, a crise “não é recente”, mas que foi intensificada pela crise global. “Isso prende-se com as políticas anti-sociais do governo e prende-se também com a inacção da Câmara neste domínio”, acusa o dirigente bloquista.

Teixeira Lopes considera também que a cidade “está cada vez mais desigual” e aponta o dedo: “A bandeira do coesão defendida por Rui Rio falhou completamente”, atirou.

“Nós temos hoje uma cidade profundamente desigual, com uma desigualdade que é territorial. Isto não é uma cidade moderna, não é uma cidade do século XXI. É uma cidade onde há linhas territoriais de pobreza, há demarcações territoriais”, afirma.

O Bloco de Esquerda pretende apresentar as doze medidas na próxima Assembleia Municipal.