Na hora de anunciar, esta segunda-feira, a sua candidatura à Câmara do Porto pelo Bloco de Esquerda, João Teixeira Lopes não deixou margem para dúvidas. O PS e o PSD são os alvos a abater na corrida à autarquia, estando posta de lado qualquer hipótese de coligação com os socialistas.

O professor universitário diz que se vai candidatar para salvar o Porto da crise em que a cidade se encontra. “Creio que nao é possível mantermos o Porto a perder população como está a perder, a um ritmo estonteante. Também não é possível mantermos o Porto a perder recursos humanos qualificados, a perder uma série de empresas e actividades que se vão deslocando para outros locais”, afirmou ao JPN.

O dirigente bloquista afirma também que o Porto é uma cidade “sem estratégia”, “sem projectos” e “apática”.

Críticas ao centro

Seguiram-se as críticas ao PS e, sobretudo, a Elisa Ferreira. Teixeira Lopes não poupou a anunciada cancidada socialista à autaquia portuense, acusando a rival de ser” uma pseudo-independente que vem representar José Sócrates na Câmara do Porto”.

“A Elisa Ferreira é a candidata das políticas de José Sócrates para o Porto. E o que é que as políticas de José Sócrates têm feito para o Porto? Desemprego, aumento da pobreza, aumento das desigualdades sociais. Uma cidade e um distrito em plena crise social”, acusou Teixeira Lopes.

Prioridades

João Teixeira Lopes já definiu prioridades, caso consiga chegar à Câmara do Porto. “A Assembleia Municipal reuniria noutro sítio. Na biblioteca Almeida Garrett, por exemplo, para que todas as pessoas que quisessem participar tivessem espaço, lugar, tempo. A segunda medida era devolver o Teatro Rivoli ao povo do Porto. E outra medida fundamental era criar de imediato toda uma estrutura que combatesse a crise social”, afirma.

O sociólogo critica ainda o actual executivo de Rui Rio, que acusa de “falta de democracia”. Afirmou mesmo que ninguém critica o actual Presidente da Câmara do Porto por “medo de represálias”.

“O doutor Rui Rio, como se sabe, tem governado sem ouvir niguém, sem dialogar, criando crispações a torto e a direito. Ainda por cima impondo silêncios em relação a todos aqueles que querem criticar a Câmara, mas que por receberem qualquer subsídio não podem fazê-lo”, acusa o dirigente bloquista.

João Teixeira Lopes considera que Rui Rio fracassou enquanto presidente. Acusa o actual presidente de transformar o Porto numa “cidade apática e desigual”.