O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IFP) tem este ano o maior orçamento de sempre para responder às medidas de apoio ao emprego aprovadas pelo Governo. No total, aquela entidade vai aumentar as despesas em 38,9 por cento face a 2008, solução que surge numa época marcada pela crise económica e pelo aumento do desemprego.

O reforço da despesa do IEFP totalizou os 322 milhões euros (para 1.328,8 milhões de euros), face ao orçamentado inicialmente para 2009, com o aumento da despesa a dever-se, sobretudo, ao crescimento das dotações inscritas ao nível das medidas de emprego e formação profissional.

A dotação dos programas de emprego mais do que duplicou para os 454,9 milhões de euros. Já para a formação prevê-se uma verba de 463,4 milhões de euros, num reforço de 21%.

“O Estado ajuda mais os que nada fazem por ele”

No centro de emprego em Vila Nova de Gaia, a fila de espera já é significativa pelas 8 da manhã. Incerteza e descontentamento com o Estado são as palavras de ordem dos desempregados portugueses. Para Ivo Teixeira, “o Estado não se tem esforçado para ajudar os portugueses. “Eu só vejo pessoas em casa sem trabalho e com o problema dos créditos”.

Pior é a situação de Isulina Rodrigues, inválida. Recentemente o marido perdeu o emprego, o que prejudicou a estabilidade financeira do casal. Isulina está descrente do futuro e teme pelos mais jovens.”Deus queira que isto passe. Mas acho que, nesta altura, os jovens estão com mais problemas”, confessa.

“Eu acho que o Estado ajuda as pessoas. Mas acho que devia ajudar mais uns e menos outros. O Estado ajuda mais os que nada fazem por ele e os que fazem mais alguma coisa são mais prejudicados”, explica Isabel Ranhola. Quanto à possibilidade das pessoas trabalharem em áreas afastadas das habilitações, a utente hesita mas não recusa . “Eu não concordo com isso.Se não houver outra hipótese, que remédio. Mas em crise tudo vale, não é?, questiona.

A jovem Soraia Vinhas que frequenta o 12º ano, encontra-se desorientada quanto a saídas profissionais. Mas está em desacordo com as mais recentes políticas sociais do governo.
“Eu acho que somos muito mal ajudados. Há muita falta de emprego . Devia haver mais oferta para nós. Acho que cada um deve seguir aquilo que quer e ter ofertas consoante o seu curso”, critica a jovem estudante.