De acordo com o novo regulamento das barraquinhas da Queima, além das bebidas, também os copos, gelo e palhinhas vão ter de ser comprados à Federação Académica do Porto (FAP). A FAP justifica a mudança por motivos de segurança, mas a medida está a provocar o descontentamento dos concessionários das barracas

“Esta medida foi tomada tendo em vista a qualidade, a segurança e a higiene”, esclarece Filipe Almeida, Presidente da FAP. A principal preocupação era o gelo que, muitas vezes, “não era gelo de água. Era gelo de bebidas alcoólicas”, revela Filipe Almeida, acrescentando ainda que a medida não tem como objectivo obter lucro nem “monopolizar a Queima”.

Apesar de o presidente da FAP afirmar que a mudança do regulamento “tem sido requisitada pelos alunos nos últimos anos”, os concessionários das barracas nunca “ouviram falar de tal coisa”. João Pereira, aluno da Faculdade de Letras vai ter uma barraca na Queima e contesta a medida: “é uma tentativa da FAP fazer dinheiro às nossas custas”.

O presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia (aeFEUP), Paulo Vasconcelos, confirma as várias queixas que tem recebido no seguimento da alteração ao Regulamento. “Os alunos arranjam o gelo de forma gratuita e com a obrigatoriedade de comprar à FAP é mais uma despesa. O prejuízo vai ser maior”, revela Paulo Vasconcelos.

Para o líder da aeFEUP o facto de “o preço da venda de bebida ao público continuar a ser o mesmo é o problema. Quem concessiona as barracas tem menos lucro”.

Mesmo não concordando com a medida, a FEUP é a faculdade com mais barracas no recinto da Queima: “Vamos continuar a apoiar os alunos que quiserem ter um espaço na Queima das Fitas”, assegura Paulo vasconcelos.