Foi ao som palavras de ordem como “Não somos mercadoria!” que a Praça da Batalha acolheu, esta quinta-feira à tarde, a marcha contra a precariedade promovida pelo movimento “MayDay”. Até à rua de Santa Catarina, os músicos Paulo e Simão Praça deram corpo e voz às diferentes realidades do mundo do trabalho.

Esta foi a primeira de uma série de iniciativas que vão decorrer no Porto até ao dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador e dia em que o “MayDay” reúne um conjunto de pessoas numa manifestação a ter lugar na Praça dos Poveiros. “É um espaço, um local ou uma manifestação que congrega vontades de pessoas que estão em situação precária ou que são solidárias com quem está em situação precária”, afirma ao JPN Cristina Andrade, membro do FERVE -“Fartos d’Estes Recibos Verdes”.

A parada, que teve em José Soeiro – deputado do Bloco de Esquerda – um dos principais animadores, contou com vários tipos de participantes. Desde “pessoas que trabalham, não trabalham, estudantes, não estudantes, imigrantes, empregados, desempregados, pessoas mais de direita ou mais de esquerda, mais católicas ou não”, como explica Cristina Andrade.

Lígia Cardoso, uma das participantes da marcha, já esteve presente noutras edições do “MayDay” e apoia a iniciativa: “Eu não sou precária mas sou mãe e acho que não são só os precários que devem estar presentes. Temos de dar força porque isto vai afectar-nos directamente”.

“À força da nossa voz” foi o mote do protesto, nas vozes do cantor Paulo Praça e do irmão Simão. “Eu não podia não estar presente”, declara o músico que, enquanto trabalhador independente, também se identifica com a luta contra a precariedade.

O “MayDay” teve origem em Milão, Itália, em 2001 e, desde então, tem vindo a percorrer várias cidades do mundo.