João Teixeira Lopes anunciou, este sábado, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) a intenção de devolver o Rivoli “ao povo do Porto e às suas companhias de artes e dos espectáculos”. Foi apenas um dos pontos do programa eleitoral do candidato bloquista, que quer “modernizar” o Bolhão “em comunhão com os comerciantes e as vendedeiras”, “reavaliar” as rendas e despoluir o Douro “em quatro anos”.

Teixeira Lopes caracterizou o Porto actual como uma “urbe desigual e injusta” e definiu a sua candidatura como “cidadã”, em oposição à câmara de Rui Rio e ao governo de José Sócrates que, segundo o sociólogo, pertencem “ao poder”.

“Não existem lugares proibidos” para afixar cartazes

Apesar das reiteradas críticas a Elisa Ferreira, Teixeira Lopes coloca-se ao lado da candidata do PS sobre a decisão da Câmara do Porto de remover os cartazes de propaganda à candidatura socialista que se encontram nas chamadas “zonas vermelhas”. Para o bloquista, trata-se de uma “medida ilegal”, já que “não existem lugares proibidos para afixar aquilo que é discussão”, afirma.

Mais tarde, e emm declarações ao JPN, Teixeira Lopes, que diz estar “certo” de ganhar o posto de vereador, voltou a criticas Elisa Ferreira a propósito da alegada oposição do PS-Porto à candidatura simultânea de Elisa Ferreira à autarquia e ao Parlamento Europeu. Para o sociólogo, a candidata socialista está “a fazer um cálculo de interesse pessoal” e o “Porto merece candidatos que não estão a fazer cálculo político”.

Um candidato para os “desfavorecidos”

O discurso de Teixeira Lopes foi precedido por uma intervenção da escritora Ana Luísa Amaral, mandatária da candidatura, que realçou a acção do Bloco de Esquerda (BE) a favor dos “desfavorecidos”, evocando o caso Gisberta.

Finalmente, tomou a palavra o líder do BE, Francisco Louçã. O dirigente assinalou a candidatura de Teixeira Lopes como “um ponto fundamental para organizar a intervenção social na cidade”. Louçã aproveitou, ainda, a ocasião para lançar críticas contra o Governo e os partidos de direita, repetindo várias vezes ao longo do discurso uma frase – “eles não querem saber”.

Não deixando de destacar as iniciativas bloquistas para criar leis contra “o direito de despedir” quando uma empresa está a dar lucro e o “enriquecimento ilícito”, o líder atacou também os bancos, com destaque para o Banco Espírito Santo. Em causa, estará a “recusa” da instituição em fornecer dados sobre a conta do ex-ditador Augusto Pinochet.