Gordon Brown mostrou-se, esta segunda-feira, “muito satisfeito” por saber que Durão Barroso se prepara para avançar para um segundo mandato na presidência da Comissão Europeia. O primeiro-ministro britânico reiterou o apoio a Barroso, não só “enquanto actual presidente da Comissão Europeia”, mas também “eleição do próximo presidente da Comissão Europeia”.

Durão Barroso ocupa o cargo de Presidente da Comissão Europeia desde 2004, após ter abandonado o cargo de primeiro-ministro português.

A especialista em Ciência Politica, Marina Costa Lobo, concorda que o apoio de Gordon Brown poderá ser muito útil para Durão Barroso, mas avisa que “não será suficiente”. Segundo a investigadora do Instituto de Ciências Sociais, “é necessário ter em conta a opinião dos líderes dos principais partidos do Partido Popular Europeu, em particular de Nicolas Sarkozy, que ainda não declarou publicamente o seu apoio”. Para Costa Lobo, o presidente francês só apoiará a recandidatura de Barroso “se este conseguir ‘resolver’ o problema do ‘não’ irlandês ao Tratado de Lisboa”.

A investigadora elogia o desempenho de Barroso até ao momento, apesar de não ter feito “algo de relevante que possa marcar o seu mandato”. A especialista salienta, ainda, que se deve sublinhar “obviamente” que a “culpa do falhanço da aprovação do Tratado de Lisboa não foi de Durão Barroso”.

Marina Costa Lobo ressalva a importância de um português ocupar um cargo de elevado importância num dos órgãos de soberania mais importantes da Europa. “Portugal beneficia com a presença de um português como presidente da Comissão Europeia, mesmo que as consequências positivas sejam difíceis de quantificar”, diz, em alusão à obtenção de “um bónus de capital político” para o país.

Numa altura em que o país vive uma crise económica e com o aproximar das eleições, Marina Costa Lobo aponta o ano de 2013 como data de um possível regresso de Durão Barroso à política activa em Portugal. “Concretamente para nós, a continuação de Barroso na Comissão significa o adiamento do regresso de Barroso à política activa em Portugal”, finaliza.