Uma em cada cinco crianças portuguesas (21%) têm excesso de peso e uma em cada dez (9.5%) são obesas. Estas são algumas das conclusões de um estudo realizado por Graciete Bragança, pediatra do Hospital Amadora-Sintra, o qual alerta também para a diminuição da idade das crianças que recorrem a estes serviços.

Apresentado no passado sábado, durante o 26º Encontro Nacional de Clínica Geral em Vilamoura, a investigação envolveu 886 processos de crianças com idades entre os 2 e os 18 anos que foram às consultas do Hospital Amadora-Sintra. Daquelas, cerca de 61 por cento têm menos de 10 anos.

“Temos uma prevalência de complicações de obesidade bastante elevada em idades muito baixas”, revela Graciete Bragança ao JPN.

A pediatra assinala ainda o facto de “grande parte das crianças continuarem com índices de obesidade” mesmo “dois anos depois de iniciarem a dieta. A taxa de sucesso das consultas de obesidade não é muito grande”, lamenta.

A autora do estudo alerta, por isso, para a aposta da prevenção da obesidade junto dos mais novos. E vinca: É fundamental e deve começar nas escolas!”

A obesidade das crianças pode passar pelos exemplos dados pela família, também ela com maus hábitos alimentares. Graciete Bragança confirma que o papel dos pais “é importante para educar as crianças no sentido de ter uma alimentação equilibrada e de um estilo de vida saudável”.

“Era importante que houvesse uma modificação do estilo de vida por toda a família”, considera a especialista.