Em visita ao Bairro de Aldoar, esta sexta-feira, o líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, propôs a criação de um fundo de solidariedade para garantir o abastecimento de água às populações mais carenciadas, sendo que a tarifa ficaria de acordo com o consumo de cada utente.

A visita do líder do BE ao bairro vem na sequência dos cortes de água que a empresa municipal Águas do Porto fez em Dezembro passado por falta de pagamento.

Francisco Louçã salientou a importância de uma “política socialmente responsável, economicamente consistente e sustentável”. Ao apresentar o projecto de lei do BE, o bloquista defendeu uma distribuição da água consoante as necessidades e a utilização de cada um.

“Quem utiliza água para regar um campo de golfe deve pagar mais do que quem usa para o mínimo necessário”, explica Louçã.

O projecto de lei prevê criar um fundo de solidariedade constituído a partir de uma taxa de um cêntimo sobre cada cada litro de água. Francisco Louçã reflectiu ainda sobre a implantação de regras sociais na distribuição da água, de forma a garantir que cada pessoa tenha acesso diário a 50 litros de água. A regra é já bastante comum na Catalunha, Holanda ou Bélgica.

“Há uma espécie de racismo social que se gerou contra as populações mais carenciadas. No Porto há hotéis e empresas que não pagam água mas a essas nunca é cortada”, afirmou. A taxa de um cêntimo proposta pelo BE permite acumular cerca de 20 milhões de euros e “responder às questões de necessidade”, salienta Louçã.