A Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) quer que os sócios-gerentes de Pequenas e Médias Empresas (PME) passem a usufruir do subsídio de desemprego. A medida faz parte de uma proposta que a ANJE vai apresentar esta semana ao Ministério do Trabalho e Solidariedade Social – só depois será divulgada aos restantes partidos com assento parlamentar – e que visa atribuir esse benefício a gestores de PME que tenham declarado falência.

Armindo Monteiro, presidente da ANJE, explicou ao JPN que a proposta visa alargar a “protecção social” aos sócios-gerentes de PME. Por isso mesmo, o empresário acredita que a medida terá eco positivo junto do ministério tutelado por Vieira da Silva e dos partidos que se fazem representar no Parlamento:

“Não se justifica, num momento que é de intranquilidade social e de crise generalizada, que se insista que os empresários de PME são os únicos que não merecem qualquer tipo de protecção social numa situação de desemprego”, aponta.

Para o líder da ANJE, esta medida “já deveria ter sido implementada” há mais tempo até porque são os sócios-gerentes que “assumem o ónus patrimonial e são os únicos que se responsabilizam pela dívida da empresa”. “Espero que se ponha em clara evidência esta injustiça. Os empresários são de facto os únicos que não têm este tipo de apoio numa altura em que a incerteza perante o trabalho afecta tanto trabalhadores como gestores”

“É preciso desmistificar os estigmas que rodeiam os patrões”

O presidente da ANJE também não aceita as críticas de incompetência dirigidas ao tecido empresarial português numa altura de crise económica à escala global. Armindo Monteiro crê que os problemas não se podem dever aos empresários, mas sim a uma “quebra no negócio e na procura” por parte dos consumidores.

“As pessoas não vão a restaurantes, não compram roupa, não reparam os seus carros. Esta quebra abrupta no negócio e na procura não tem a ver com incompetência e é preciso desmistificar a ideia de que os patrões são sempre responsáveis por tudo o que acontece de mal no país”, alerta Armindo Monteiro.