Dusko Lopandic, o embaixador da Sérvia em Portugal, deslocou-se, esta segunda-feira, às instalações do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto para dar uma palestra sobre “Comunicação Diplomática”.

Numa iniciativa inserida no âmbito do mestrado em Ciências Políticas, Lopandic falou sobre a funções de um embaixador, cada vez mais destacadas num panorama em que as relações entre diferentes governos estão a ganhar importância.

Há dois anos em Portugal, Dusko Lopandic admite a dificuldade em desempenhar as funções de negociação, protecção e desenvolvimento das relações entre estados, principalmente quando se trata de países pequenos e distanciados, como Portugal e a Sérvia. Salienta ainda que nem sempre as relações entre os dois países foram fáceis, mas que hoje, que se encontram no mesmo “espaço político”, a Sérvia conta com o apoio de Portugal para se tornar membro da União Europeia (UE).

Tornar-se membro da UE é, aliás, um dos principais objectivos da Sérvia, diz Lopandic, que o vê como um factor indispensável para pressionar os outros países a “não reconhecer a independência do Kosovo”.

Recorde-se que, já este ano, o diplomata anom o diplomata sérvio criticou o estado português por este ter reconhecido a autonomia do estado kosovar. O embaixador considera, no entanto, que é difícil coordenar e influenciar posições em relação ao Kosovo, pois “os diferentes estados vêem o problema de formas diferentes”.

Na palestra dirigida a estudantes de Ciências da Comunicação, Dusko Lopandic falou ainda da importância de “actuar perante o público”, nomeadamente de saber lidar com os meios de comunicação social. O embaixador da Sérvia comparou as duas profissões – jornalista e diplomata – argumentando que ambas exigem uma recolha e tratamento de informação. Para Lopandic, “ignorante universal” é uma definição que se aplica a diplomatas e jornalistas.