Tornar-se na “sala de visitas de Matosinhos” e numa “referência mundial”. Foi com estas palavras que o vice-reitor da Universidade do Porto (UP), Jorge Gonçalves, delineou a meta estabelecida para a incubadora de empresas de base tecnológica do Pólo do Mar, inaugurada esta segunda-feira, no auditório Infante D. Henrique da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL).

A incubadora enquadra-se naquele que virá a ser o Pólo do Mar, um projecto que quer criar novas empresas ligadas às ciências marinhas. A inauguração arrancou ainda sem estarem concluídas as obras, que são fruto de um investimento de cerca de 4 milhões de euros. Durante a sessão, Jorge Gonçalves explicou que as “pressões das empresas” tornaram “urgente” o início das operações.

As expectativas para este primeiro passo do projecto Pólo de Mar são “altas”, salienta o vice-reitor, até porque estima-se que a estrutura crie mil postos de trabalho. “A Universidade do Porto e a região tinham quase tudo para fazer grandes projectos ligados ao mar”, afirma Jorge Gonçalves, salientando que agora estão reunidas “as condições que vão permitir a que os investigadores e as empresas dêem um salto”.

Um dos objectivos e expectativas é, sublinha o vice-reitor ao JPN, que os investigadores possam “desenvolver produtos úteis para as empresas que operam no mar”.

Este é “o caminho a seguir”, diz, peremptório, João Paulo Marreiros, do Instituto Hidrográfico, que aponta a importância de “aproveitar os recursos do mar” para “maximizar os benefícios”. Outras mais-valias foram também destacadas pelos representantes de várias empresas que demonstraram na sessão de que maneiras podem ajudar e ser ajudados pelo Pólo de Mar.

Mais de mil postos de trabalho previstos

No futuro, estima-se que a incubadora de base tecnológica seja ocupada por cerca de 32 empresas. Algumas fazem parte da própria UPTEC e vão ser transferidas para o novo edifício. No que toca ao emprego, de acordo com Jorge Gonçalves, o projecto vai criar cerca de 1700 postos de trabalho nos próximos dez anos.

Para além da incubadora, no molhe sul, estima-se que nos próximos dois anos se vá “construir um poço técnico com 15 metros de profundidade destinado a testes de ambiente controlado para se testarem equipamentos”.

Novais Barbosa, presidente da UPTEC, falou ao JPN acerca da participação das faculdades da UP no projecto. “Esperemos que todas elas possam estar envolvidas”, revela. Contudo, concorda que as áreas da saúde e das ciências marinhas sejam as mais privilegiadas pelo Pólo de Mar.

Na cerimónia de inauguração, houve ainda lugar para os discursos de presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, e do reitor da UP, Marques dos Santos. A fechar, foi assinado um protocolo entre a APDL e a UPTEC para oficializar a criação do Pólo de Mar no local.