Começou, esta quarta-feira, no Tribunal de S. João Novo, o julgamento do merceeiro que, em 2005, foi acusado de uma trasfega ilegal de gás que terá provocado uma explosão num prédio de três andares na Rua de Santa Catarina. O incidente provocou a morte de um casal de idosos e, além dos vários feridos, deixou sete famílias desalojadas.

José Maria da Cunha Ferreira foi constituído o único arguido no caso, ao ser acusado de ter uma trasfega de gás ilegal. O merceeiro vai ser julgado por vários crimes, incluindo dois homicídios.

Maria Teresa, proprietária de um estabelecimento comercial ao lado do antigo prédio, teve de reconstruir grande parte da loja devido ao incêndio. Ao JPN, a comerciante confessou não ter ainda recuperado o dinheiro que investiu nas obras de reabilitação.

“Na altura estragou-se muita coisa. Os vidros partiram-se todos, os produtos que estavam nos armários caíram todos e o seguro demorou muito tempo a pagar parte dos estragos”, conta a lojista ao JPN.

Também Arminda Rola, que tem uma florista encostada ao edifício afectado – agora vazio – diz que na altura foi difícil restabelecer a clientela. “As pessoas não passavam por aqui e quando passavam era do outro lado da rua. Tinham medo”, disse.

O prédio nunca voltou a erguer-se e nunca foi feito nenhum tipo de obras, apesar de o senhorio ter sido contactado pela Câmara do Porto para realizar obras num prazo de 120 dias.

A JPN tentou obter a reacção da autarquia mas não obteve qualquer resposta.