Sandra Sousa, jornalista da RTP, esteve presente, esta terça-feira, no curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto (UP) para dar uma conferência intitulada “O Corredor do Poder e o Jornalismo Político”.

Na palestra, a também apresentadora do programa de debate político da RTP “Corredor do Poder” teceu críticas à postura da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que fez alguns “reparos”, recentemente, à estação de serviço público. “Antes de fazer juízos de valor, é importante ponderar uma série de factores”, aponta.

“Uma guerra muito antiga”

A apresentadora deu como exemplo o facto de a ERC achar que a RTP concede muito tempo em directo a ministros. “A ERC não fez um estudo comparativo em relação ao que a SIC e a TVI fizeram no mesmo horário”, acrescenta. Sandra Sousa salientou, ainda, outros exemplos, como a queixa recente do CDS-PP por não ter sido convidado a intervir no programa “Prós e Contras”.

A jornalista apontou também que a guerra entre a ERC e a RTP é “muito antiga”. Contudo, destaca que “o serviço público pode e deve ser escrutinado”, mas com “rigor”.

Sobre este tema, Sandra Sousa aproveitou para falar sobre as pressões existentes no jornalismo político, as escolhas que são feitas e sublinhou a “campanha negra” de que se tem falado no caso Freeport.

“É importante sublinhar que há bons e maus jornalistas”, destaca. A jornalista defende o trabalho da RTP, cuja função é investigar as informações que são dadas de forma imparcial. Por essa razão, afirma que “não há motivos para se falar numa campanha pró ou contra”.

“O debate político já é um género pela importância que adquiriu”

“O debate político é já um género pela importância que adquiriu”. Sem dúvidas, Sandra Sousa explicou o crescimento do debate político, muito mais invocado em ano de eleições. “É notório um maior interesse nos debates”, justifica.

Dos debates políticos aproveitou para falar acerca do programa “Corredor do Poder”. A jornalista explicou o conteúdo e o formato do programa e falou no jogo que os convidados fazem para ganharem a palavra ou, por outro lado, ganharem tempo. “A posse da palavra nos debates políticos é um grande desafio”, remata.

Sandra Sousa sublinhou também o poder da expressão e o poder de leitura e interpretação dos telespectadores, bem como da importância de gerir audiências. O objectivo inicial do “Corredor do Poder”, explica, é “desmontar o discurso político”, ao mostrar o que “estaria nos corredores da política”.

No final da palestra, Sandra Sousa falou das pressões políticas feitas aos jornalistas, dizendo que nunca foi alvo de nenhuma. Em relação ao jornalismo político, defende, que “os partidos políticos não têm razão de queixa”.