Os Serviços de Acção Social da Universidade do Porto (SASUP) vão criar dois suplementos de apoio aos alunos mais carenciados: um subsídio de emergência e uma bolsa extra. Evitar o cancelamento de matrículas por incapacidade de pagamento de propinas é o grande objectivo da medida.

A decisão – que terá sido deliberada em reunião do Senado da UP, a 11 de Março – foi anunciada, esta quarta-feira, depois de uma manifestação encabeçada pela Associação de Estudantes da FLUP, juntamente com outros alunos da UP, às portas da Reitoria. Recebidos por Maria de Lurdes Fernandes, vice-reitora e provedora dos estudantes da universidade, os representantes da AEFLUP queixaram-se sobre o atraso na atribuição de bolsas de estudo e a falta de apoios para suportar as despesas dos alunos.

No final da reunião, Ruben Coelho, presidente da AEFLUP. demonstrou o seu contentamento perante a medida divulgada. “Senti que a Reitoria se preocupou e que fomos ouvidos”, declara. Fonte da Reitoria revelou ao JPN que os fundos vão entrar em vigor brevemente, mas que “a Reitoria está de mãos atadas, uma vez que os apoios vêm do Governo”.

“Mentira do dia: Acção Social”, defendem os estudantes

Ao longo da manhã, os alunos aproveitaram a simbologia associada ao dia 1 de Abril para demonstrar descontentamento em relação aos serviços de acção social na UP. “Escolhemos os dia 1 de Abril porque é o dia das mentiras e a acção social em Portugal é um verdadeiro engano”, justifica Ruben Coelho.

Os manifestantes concentraram-se em frente à FLUPpor volta das dez e meia e partiram rumo à Reitoria, sempre escoltados pela polícia. Durante a marcha, os estudantes foram interceptados por representantes do Governo Civil, que não conseguiram impedir o protesto.

“A razão desta manifestação é a fraca acção social existente no nosso país, neste caso na Universidade do Porto. A acção social revela-se deficiente e insuficiente. Deficiente porque é um processo moroso e burocrático e insuficiente porque não consegue satisfazer os estudantes nem pagar os seus altos encargos”, afirmava na altura, o presidente da AEFLUP.

O protesto surge no seguimento da barricada protagonizada por alguns estudantes das faculdades de Letras e de Belas-Artes no edifício da FBAUP. Após a divulgação da medida da acção social, a situação voltou à normalidade esta quarta-feira.