Dois textos separados por quase 80 anos servem de inspiração à peça que está até domingo em cena no Teatro Carlos Alberto (TeCA).

“O Homem da Flor na Boca”, escrito em 1923 por Luigi Pirandello, e “Um Contínuo Movimento, um Estranho Equilíbrio”, que Rocco D´Onghia delineou em 2004, cruzam-se nesta peça, que tem como palco uma estação de comboios.

Enquanto a personagem do primeiro tenta transferir o mal para alguém, anunciando a morte, o “Velho Senhor” do segundo texto semeia a vida. Em concreto, trata-se de duas personagens que se cruzam: o “Homem da Flor”, que padece de um mal e que deambulando na estação ferroviária vai semeando fragmentos da sua vida, e, o segundo, um operário da limpeza que se auto-escraviza e que, ao descobrir os fragmentos dramáticos de uma vida alheia, desperta para a vida.

“Quando lemos o segundo texto, de 2004, percebemos que o texto se relaciona com o primeiro, que as histórias correspondem”, salienta o encenador, Fernando Mora Ramos. A “pulsão da criação” está presente em ambas, acrescenta ao JPN.

“A Estação Inexistente” surge no seguimento do programa Teatro da Rainha x 2, iniciado com “Weisman e Cara Vermelha”.