Desde o arranque do ano lectivo que os estudantes e professores da escola EB 2/3 da Senhora da Hora, em Matosinhos têm um espaço próprio para resolver conflitos dentro da instituição. Esse é o grande objectivo do Clube de Conviência, uma iniciativa inovadora que visa promover a gestão e a prevenção dos conflitos entre professores e alunos, e entre alunos da escola.

O projecto visa “trabalhar as relações interpessoais, algumas competências sociais e fazer com que os alunos saibam lidar com os conflitos de forma mais positiva e não violenta”, refere Ana Paula Grancho, umas das professoras que desenvolveu a iniciativa.

O clube envolve três professoras e alunos do oitavo e nono ano. Através de actividades de divulgação, e da própria convivência, os estudantes criam competências “não só para lidarem com os seus conflitos, como para transmitirem essa aprendizagem a outros colegas”.

Apesar de esta não ser uma escola com muitos casos de indisciplina, Ana Paula Grancho salienta ao JPN a importância de “aprender a viver com os outros”, um dos “pilares da educação”.

“Regressar ao sistema do passado é irrealista”

Numa época em que se multiplicam os conflitos nas escolas, a aposta na mediação é vista com agrado por Tiago Neves, do Gabinete de Mediação de Conflitos de Lordelo do Ouro, acomo uma solução viável para gerir as relações de uma forma “saudável”. Até porque regressar ao sistema autoritário do passado, é uma “solução irrealista, pois não é este o caminho que a sociedade está a seguir”, diz.

A mudança de paradigma do espaço escola, conjugada com as transformações nas relações em geral exigem uma adaptação, que segundo Tiago Neves, a mediação promove.

“Adaptar as relações existentes a modos de gestão mais saudáveis, mais eficazes, menos violentos”, é a solução proposta pelo responsável.