Durante os primeiros meses de 2009, foram detectados “apenas” três focos de incêndio na região central e na Baixa do Porto. Os números são do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto que, em declarações ao JPN, justificam com o reforço da prevenção a diminuição de ocorrências numa área onde proliferam vários edifícios degradados.

“Nós temos medidas preventivas contra incêndios nos edifícios mais debilitados, especialmente na região da Baixa do Porto. Fazemos inspecções em que interditamos o acesso a esses edifícios ao trancar janelas e portas para que moradores de rua e toxicodependentes não tomem esses espaços como abrigo”, assegura o major Paes Rodrigues.

Os três focos detectados este ano foram identificados na Rua da Boavista, na Rua de Trás e na Rua de Cedofeita, tendo este último ocorrido no domingo de Páscoa. O major Paes Rodrigues aponta que só o incêndio da Boavista é que ainda se encontra em fase de inquérito.

CDU aponta crise económica como possível causa de incêndios

Rui Sá, vereador da CDU na Câmara do Porto, diz que a crise económica pode ser uma das causas dos incêndios em habitações na cidade. “As pessoas têm dificuldade em pagar a conta da luz e recorrem a velas”, explica o autarca, em declarações ao JPN. A falta de obras nos edifícios é outra das causas apontadas por Rui Sá, para quem compete à câmara “forçar a realização de obras aos senhorios que deixam os edifícios chegar à degradação”.

Segundo os Sapadores do Porto, nenhum dos incêndios registados teve origem na degradação dos edifícios, facto que contraria a posição defendida, nos últimos dias, por Rui Sá, vereador da CDU (ver caixa). “As causas dos fogos foram perfeitamente detectáveis e não tiveram ligação com as estruturas antigas dos edifícios. No incêndio da Rua de Trás, o motivo foi um curto-circuito; já na Rua de Cedofeita, o morador esqueceu-se da vela acesa”, afirma o major Rodrigues.

“Muitos dos acidentes são por descuidos domésticos e não por causa da estrutura antiga do edifício”, acrescenta o major.

Nos últimos quatro anos, o período com maior número de incêndios na cidade correspondeu aos últimos meses de 2005 e aos primeiros de 2006, com 1314 ocorrências registadas. Em 2007, o número caiu para metade. No ano passado, os Sapadores Bombeiros do Porto registaram 873 ocorrências.