Um estudo realizado na Região Autónoma dos Açores por investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) revela que, apesar da prevalência da hipertensão arterial na região ser semelhante à Madeira e a Portugal continental, os açorianos têm um maior conhecimento da doença.

A investigação englobou 814 indivíduos entre os 18 e os 94 anos e demonstra que 42,9% dos inquiridos sofre de hipertensão arterial.

“As principais conclusões são que a prevalência de hipertensão nos Açores é em tudo semelhante à da Madeira e à de Portugal continental, mas o conhecimento dessa hipertensão tem valores muito mais elevados do que na população do continente”, explica Mário Macedo, investigador do IBMC e professor na FMUP. “Há uma diferença no controlo da hipertensão de 11% no continente para 35% nos Açores”, acrescenta.

O investigador conclui, assim, que o “panorama de saúde em relação à hipertensão nos Açores é muito mais favorável”, aproximando-se “dos países do mundo que têm níveis mais controlados.”

Mário Macedo acredita que os açorianos estão mais consciencializados para a problemática da hipertensão do que a população do continente. “Provavelmente uma das causas é a proximidade que há entre o sistema de saúde e a população”, justifica o professor da FMUP.

A hipertensão é, segundo Mário Macedo, “o primeiro factor de risco cardiovascular do mundo.” Por esta razão, o investigador aconselha todos os portugueses a “medir a sua tensão arterial regularmente e seguir os conselhos médicos” caso esteja elevada.

Em 2003, o estudo foi realizado em Portugal continental, mas não se estendeu à Madeira e aos Açores por falta de fundos.