O fado de Coimbra fez-se ouvir, este domingo, na Casa da Música, palco do espectáculo de homenagem a Luiz Goes e Camacho Vieira, duas personagens do Fado de Coimbra.

“Antologia do Fado” é muito mais do que um ou dois espectáculos. É um “projecto cultural da Academia do Porto e da Câmara Municipal do Porto, desenhado em torno do fado e da música de Coimbra”, explica ao JPN Nuno Oliveira Montalto, director artístico do espectáculo.

“Revolução do algodão”

Nuno Montalto fala do “Antologia do Fado” como uma “revolução do algodão”. Revolução porque pretende-se mostrar à sociedade que “o aluno universitário – visto hoje como o bêbedo da Queima das Fitas, que só se preocupa com o copo de cerveja na mão – tem um papel até na própria sociedade civil, muito importante. São, no fundo, os cérebros do futuro, são os nosso dirigentes políticos, sociais e culturais, é a futura geração”, diz Nuno Montalto.

Houve já uma apresentação da “Antologia do fado” em Coimbra, na capela onde ainda se toca e canta o fado de Coimbra, e onde as “duas academias se juntaram”, diz Nuno Montalto. No concerto da Casa da Música, coube ao Orfeão Universitário do Porto prestar homenagem aos fadistas de Coimbra, juntamente com vários grupos de fado da Academia portuense.

Américo Martins, Dux Veteranorum da Academia do Porto, disse ao JPN que “as expectativas foram mais do que superadas. A Casa da Música estava cheia e os bilhetes tinham esgotado há cinco dias”.

O concerto deste domingo foi o primeiro de dois concertos que vão ter lugar durante 2009. O segundo está marcado para o Coliseu “no final do ano”, a que se seguirá o lançamento um livro que se chama “Antologia do fado de Coimbra”, com um duplo CD musical”, remata Nuno Montalto.