As universidades portuguesas estão “muito fechadas” às empresas e “têm falhado” no incentivo a iniciativas empreendedoras. Estas foram algumas das críticas às instituições do ensino superior que se fizeram ouvir, esta quarta-feira, durante o Empreenda’09, uma iniciativa que reuniu representantes de cerca de cinquenta empresas no edifício da Alfândega do Porto.

Em representação da SONAE Capital, Mário Pinto criticou a fraca relação entre o meio empresarial e os institutos e as universidades portuguesas.”É uma não experiência entre as empresas e estes institutos [universitários]. Eles não jogam porque não estão habituados ao jogo”, aponta o administrador.

Nas palavras de Mário Pinto, as universidades estão viradas para dentro” e “têm falhado o incentivo à criação de spin off’ s”. Realidades que motivam o alerta por parte do responsável: “Temos recebido pouco e dado demais”.

Numa conferência sobre “Pequenos negócios, grandes empresas”, o administrador da empresa de Belmiro de Azevedo referiu-se também aos apoios que a SONAE Capital tem dado ao desenvolvimento de empresas em fase inicial. “Há muito poucos projectos”, remata, contudo, Mário Pinto, vincando as dificuldades sentidas em trabalhar com aquele tipo de empresas.

A PT inovação, a EDP e a Nova Base foram outras das empresas que passaram na Alfândega para debater iniciativas inovadoras e empreendedoras no meio empresarial português. O enfoque voltou, ainda assim, a estar nas universidades que, de acordo com, Pedro Falcão, da Nova Base, têm de ter com a empresa “uma relação de cumplicidade para se conseguir trabalhar”. “As universidades estão muito fechadas a projectos”, aponta.

Menos reticentes a trabalhar com universidades e projectos em fase inicial está a PT inovação, promotora de um programa de captação de talentos junto de várias universidades portuguesas. Já a Softenergy conta actualmente uma parceria com a Universidade de Coimbra.

Projectos inovadores apresentam-se às empresas

Paralelamente às conferências, o Empreenda’09 foi palco da exposição de vários projectos, alguns dos quais desenvolvidos por alunos e professores de várias universidades do país. O objectivo passa por “mostrar estes projectos a empresas que já estão estabelecidas de forma a que possam ser feitas parcerias de negócio”, revela Rita Seabra, responsável do projecto Financia e ligada à organização do evento.

A iniciativa promovida pelo IAPMEI serviu ainda para “mostrar empresas que estão a começar e guiá-las na forma como se podem apresentar a investidores”, acrescenta a organização.

No final do Emprenda’09 foram dados a conhecer as melhores empresas nas sessões de apresentação de projectos inovadores. A “Exable”, a “Tricitinal” e a “Invisible” ganharam prémios pelas apresentações da manhã e a ESVI (Energia Sol Vento Invest) foi premiada como a melhor apresentação da parte da tarde.