São doze personalidades que, pelos serviços que prestaram à cidade, vão ser homenageadas. Sob o mote do 25 de Abril, a Câmara Municipal do Porto homenageia, esta sexta-feira, ao fim da tarde, figuras que, pelo seu percurso de vida, alteraram, de alguma forma, a realidade portuense.

Belmiro de Azevedo será distinguido com a Medalha de Honra da Cidade. A escolha do presidente da SONAE deve-se, justifica a autarquia, ao contributo do empresário “para a economia portuguesa e para a cidade do Porto”, local onde desenvolveu a sua actividade profissional. Esta atribuição foi aprovada por maioria no executivo municipal, mas já mereceu alguma contestação por parte da Associação dos Comerciantes do Porto.

Já a Medalha Municipal de Mérito será confiada às mãos de «personalidades como o médico Daniel Serrão, os investigadores Alexandre Quintanilha e Purificação Tavares, o artista plástico Francisco Laranjo ou o arquitecto José Carlos Loureiro. O empresário João Serrenho, o padre Júlio Carrara e o presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado do Bolhão, Alcino Sousa, serão outras das figuras distinguidas com o galardão.

No campo do Desporto, os dois nomes propostos para a Medalha Municipal de Valor Desportivo são José Vilela Brito (grau ouro), figura de destaque no ténis nacional e actual presidente do Conselho Técnico da Federação Portuguesa de Ténis, e Augusto Marques Dias, presidente da Associação de Atletismo do Porto (grau prata). Joaquim Vilela, da Associação de Voleibol do Porto, será distinguido com a Medalha Municipal de Mérito (grau prata).

A condecoração vista pelos premiados

Condecorado com a Medalha de Honra da Cidade, Belmiro de Azevedo mostra-se satisfeito mas realça que a condecoração significa um acréscimo nas responsabilidades de quem dá o seu melhor “em prol da cidade”. O empresário faz referência a um longo trabalho pautado por uma enorme ambição, “partilhada certamente por todos os Portuenses”, que é, afirma “quase sem limites”.

Daniel Serrão, nascido em Vila Real, vive no Porto desde 1946. É Presidente da Comissão de Fomento da Investigação em Cuidados de Saúde do Ministério da Saúde e conselheiro do Papa. O médico sente que cumpriu as suas obrigações, mas insiste em afirmar que não é “ninguém de especial”.

Com 59 anos de profissão, José Carlos Loureiro sente-se orgulhoso por ter contribuído para a cidade com “marcos na arquitectura contemporânea”.

O arquitecto considera que a grande função do seu ofício é “servir as pessoas” e não “fazer monumentos para aparecer nas revistas”.

Nascido em Maputo, Alexandre Quintanilha confessa que o prémio teve um grande significado a nível pessoal. O professor universitário, que recentemente abandonou a presidência do IBMC, confessa que teve dúvidas quando veio para a cidade, aos 45 anos, mas agora sente-se “em casa”.

Purificação Tavares é directora do Centro de Genética Clínica. A criação do primeiro laboratório de Genética Médica privado, projectado a nível internacional, garantiu-lhe a medalha. A investigadora recorda ao JPN o momento em que teve conhecimento da condecoração: “Estava a entrar nas nossas instalações de Madrid quando me transferiram o telefonema do Dr. Rui Rio. Foi uma agradabilíssima surpresa, fiquei muito sensibilizada. Nesse momento aproveitamos para reflectir um pouco sobre o significado e agradecer a quem notou o nosso esforço. É, no entanto, uma responsabilidade acrescida, que procuraremos honrar.”

Purificação Tavares acrescenta ainda que o reconhecimento da área da investigação é importante. “É um sinal claro da relevância que as áreas do conhecimento têm na sociedade e na contribuição para o nosso futuro, apesar de não serem tão mediáticas. É importante que a investigação e a inovação vise o benefício do indivíduo, da sociedade e do país.”