Em funcionamento há pouco mais de um ano, o Projecto Integrado de Apoio à Comunidade (PIAC) tem como missão dar aconselhamento psicológico a crianças, jovens e adultos em risco. “Cândida” (nome fictício) é mãe e recorreu, esta terça-feira, ao PIAC, após ter sido avisada de que o filho falta constantemente às aulas. “Eu recorri porque somos cinco pessoas em casa, eu trabalho e o meu marido também e o dinheiro não é muito para os deixarmos num local onde possam estar”, explica.

“Eu tenho uma criança com deficiências e como preciso de dar muito apoio ao bebé, talvez lhe falte qualquer coisa, mas penso que não”, confessa “Cândida”. Esta é já a segunda consulta de acompanhamento psicológico do seu filho. “Na primeira vez ele não queria vir, mas depois gostou”, afirma “Cândida”. Continuar a utilizar os serviços do PIAC é, para esta mãe, uma grande possibilidade devido às melhorias comportamentais do filho.

O projecto da delegação Regional do Norte do Instituto da Droga e da Toxicodependência superou as expectativas iniciais, totalizando 5443 consultas em 2008. “Não estávamos a prever que houvesse um impacto tão grande a nível da comunidade”, revela a coordenadora do projecto, Albina Sousa. “Desde Janeiro temos 500 pedidos de consultas e estamos sem recursos porque temos os mesmos elementos, a mesma equipa e não conseguimos dar resposta”, acrescenta.

“De facto, o projecto veio ao encontro das expectativas da comunidade, mas nós, neste momento, estamos muito preocupados porque não respondemos atempadamente e com a eficácia que tivemos em 2008”, declara Albina Sousa. “Nós damos consultas de avaliação psicológica, mediação familiar, terapia familiar, psiquiatria, só que somos onze elementos”, alerta a coordenadora.

Em entrevista ao JPN, Albina Sousa afirma que “para já não há soluções, não há respostas porque dizem que não se pode contratar por falta de verbas.” No dia 28 e 29 de Maio, o Centro Cultural das Caldas da Rainha vai dar lugar a um encontro no qual o PIAC vai apresentar as suas linhas orientadoras de intervenção em crianças e jovens em risco. A intenção é expandir o projecto, adequando-o às especificidades de cada região.