O Geonúcleo, o Núcleo de Ambiente da Universidade Fernando Pessoa (UFP), em conjunto com a Quercus, organizou, esta quarta-feira, um workshop para dar a conhecer diferentes formas de ajudar o ambiente.

A iniciativa, como explica a presidente do Geonúcleo, Patrícia Neto, teve como principal objectivo incentivar as pessoas a “intervir activamente” na defesa do ecossistema. “Ter consciência não chega”, refere a também voluntária da Quercus, que entende que, para além da boa vontade, é preciso iniciativa.

A ambientalista propõe a associação a organizações regionais de defesa do ambiente e a participação em acções locais, até porque “quando se faz parte de uma organização, temos a noção mais real do que pode ser feito”, defende. No workshop, que decorreu no Salão Nobre da UFP, Patrícia Neto deixou ainda o conselho:”Basta juntarem-se a pessoas que tenham os mesmos interesses, por exemplo, na limpeza de uma praia”.

A capacidade de implementação de formas sustentáveis de mobilidade nas zonas urbanas também foi discutida durante a sessão. Nélson Barros, docente da UFP, apresentou o projecto Civitas – Elan, que desenvolve experiências para tornar os transportes urbanos sustentáveis. O projecto, no qual a UFP participa, envolve várias cidades europeias – inclusive o Porto – e propõe por exemplo, a implementação de sistema de aluguer de bicicletas ou “car-pooling”. Nélson Barros apela. porém, a “uma revolução de mentalidades” no país, para que os projectos sejam viáveis.

Gaia e o Condomínio da Terra

O presidente do Núcleo Regional do Porto da Quercus, Ricardo Marques, aproveitou a ocasião para divulgar o projecto “Condomínio da Terra”, que pretende “organizar a vizinhança global”, a partir da ideia do planeta enquanto espaço partilhado, como um “condomínio”.

O projecto ambiciona resolver, sobretudo, dois problemas globais, os da “disfuncionalidade económica”, que se deve ao facto de não contabilizarmos a importância dos recursos naturais, e os de “disfuncionalidade jurídica”, que implica o entendimento, por parte dos governos, de que, em matéria ambiental, não há fronteiras.

Para que tal seja possível, o primeiro passoou já pela assinatura da Declaração de Gaia, um documento que explica os objectivos do projecto de acção global. Essa intervenção será debatida em Vila Nova de Gaia nos dias 4 e 5 de Julho e onde estarão presentes, segundo a Quercus, figuras internacionais, ligadas à economia e ao ambiente.