Textos, imagens, reportagens e entrevistas, de cariz erótico, destinados ao sexo feminino. A mais recente aposta da editora Colopress chama-se Mulher Erótica, foi criada por Elisabete Ramos e Maria Lima, tem periodicidade mensal e já se encontra à venda em algumas papelarias em todo o país.

É a primeira revista portuguesa com conteúdos eróticos para mulheres e inclui secções como “Água na boca… Fogo no corpo” ou “Sexo XX9”.

Ousadia ou uma boa aposta? O JPN saiu à rua para tentar perceber qual a opinião do público em relação a esta nova publicação.

“É uma revista interessante que pode vencer pelo conceito”, diz Daniela Cerqueira, que, no entanto, acredita que será difícil que se consiga distinguir nas bancas, visto ser apenas uma revista com conteúdos femininos nas prateleiras repletas de revistas masculinas. “Dirige-se a mulheres mais jovens com uma vida sexual activa”, embora duvide da concretização da potencial utilidade do projecto. “Não sei até que ponto é que as mulheres vão usar esta revista como um guia prático e útil no seu dia-a-dia».

Marta Pais de Oliveira acredita que, “como este mercado não está a ser muito explorado em Portugal, de certeza que vão haver consumidoras”. Já Teresa Viana discorda:”Não sei até que ponto as mulheres estão informadas em relação a esta revista e visto que há poucas nas bancas não me parece que vão à procura da revista. Podem folheá-la mas não me parece que a comprem”.

Há quem chegue a comparar a nova publicação com as revistas Ana, Mariana e Maria: “O público que as revistas Maria, a Mariana e a Ana têm deve ser o mesmo que comprará esta”, diz Filipa Rodrigues.

Cláudia Lima partilha da mesma opinião: “Não sei se será uma boa aposta, mas conhecendo as mulheres portuguesas e sabendo que lêem a Maria, revista mais lida do país, se calhar até vai ter sucesso”. “Ordinária” e “ousada” são adjectivos que Cláudia Lima utiliza a para descrever a Mulher Erótica, na qual só aprecia o design e as fotografias.

A Mulher Erótica para os homens

No sexo masculino, a aceitação da Mulher Erótica não é muito distinta. “Quer sejam homens ou mulheres, as pessoas têm de aprender a viver com o sexo e a sentir-se bem com ele”, diz David Fernandes, que acredita na validade do projecto se, realmente, for uma revista “séria” que ajude realmente e que vá ao encontro das preocupações das possíveis leitoras pode ter futuro”.

Guilherme Braz acredita que “na era de informação e da diversidade, em que tudo tem saída, fica complicado fugir a este tipo de publicações”. Guilherme está descrente em relação ao futuro da revista, no entanto.

“Num país como o nosso que, por muito que andemos a dizer o contrário, ainda é muito fechado, não sei até que ponto é que vai haver público para isto”. Guilherme espera, porém, que
a Mulher Erótica proporcione ao seu destinatário – “um público mais ousado” – novas ideias “para explorar a vida sexual”.