O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) reúne esta quarta-feira com vários sindicatos para negociar o novo estatuto da carreira docente. O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) espera que Mariano Gago “tome uma posição mais razoável e mais adequada aos interesses dos estudantes”.

O ensino politécnico é dos mais afectados pelo novo estatuto. José Rodrigues, delegado do norte do SNESup, diz ao JPN que dos professores com contrato a prazo, 70 por cento não tem garantias de passar ao quadro. Além disso, a redução para metade dos docentes a tempo inteiro é, para o SNESup, “claramente insuficiente”.

José Rodrigues avisa ainda que, com o novo estatuto da carreira, “vai ser impossível para os docentes colaborar com empresas ou até fazer investigação”. Segundo o delegado do SNESup, “Bolonha é mais exigente no apoio que os docentes dão aos alunos”, o que torna a proposta do MCTES “completamente contra-ciclo”.

Conciliar o ensino com outras actividades profissionais vai tornar-se quase obrigatório para os professores que ficarem a tempo parcial. “É um impacto brutal para a escolas”, diz José Rodrigues, que só lamenta que a maior perda seja para a qualidade do ensino.