A condenação é unânime. Duarte Cordeiro, da Juventude Socialista (JS), Pedro Moutinho, da Juventude Popular (JP), e António Carmona, da Juventude Social Democrata (JSD) reprovam a agressão física ao candidato socialista às eleições europeias, Vital Moreira, levada a cabo sexta-feira, 1.º de Maio, por alguns manifestantes da CGTP, em Lisboa.

Do lado da oposição, Carmona e Moutinho também admitem a gravidade do incidente, mas não deixam de alertar para os perigos da “vitimização” de Vital Moreira”.

Pedro Moutinho fala de um acontecimento “esporádico” e salienta que é “sempre condenável quando as pessoas tentam recorrer à violência”. Uma situação “desagradável”, que todos os partidos políticos condenaram, “com a excepção de um: o PCP”, afirma, peremptório, o socialista Duarte Cordeiro, apontando como culpados militantes comunistas (ver caixa).

António Carmona discorda, ao afirmar que não se deve associar a agressão a Vital Moreira ao Partido Comunista. “Primeiro, é colar o sindicalismo ao Partido Comunista. Não há uma ligação umbilical entre um partido e uma acção sindical. Há tendência para generalizar, mas isso não deve ser feito. Também é um erro de Vital Moreira”, critica o dirigente social-democrata.

O JPN tentou contactar com a Juventude Comunista, mas não obteve qualquer resposta.

“Alguém tem dúvidas de que eram militantes do PCP?”

Vital Moreira referiu que os ataques de que foi vítima se deviam ao seu passado comunista. O candidato socialista às europeias reivindicou ainda um pedido de desculpa ao Partido Comunista Português (PCP), sublinhando a certeza de que os seus agressores seriam do PCP. As declarações do candidato, que constam no jornal Público são directas: “Alguém tem dúvidas de que eram militantes do PCP? Há coisas notórias que não precisam de sustentação.”

“Vitimização” de um candidato “fraquinho”

Apesar de concordarem na condenação às agressões, as “jotas” dos partidos da Oposição denunciam a estratégia de “vitimização” de Vital Moreira. De acordo com Pedro Moutinho, da JP, Vital Moreira “pode até beneficiar da situação”.

O social-democrata António Carmona também aposta na teoria da vitimização, facto que terá conduzido ao “desvio das atenções do centro de combate político que são as Europeias”.

“E como não tem qualquer política para apresentar e não há nada positivo no seu discurso, vai-se vitimizar para obter alguns créditos, alguns votos, o que é absolutamente lamentável”, acrescenta o dirigente, para quem a candidatura de “Vital Moreira pelo PS não terá sido a mais feliz”. “Ele é muito fraquinho”, justifica o dirigente.

Na sexta feira, 1.º de Maio, Vital Moreira foi agredido e insultado por elementos da CGTP, em Lisboa, onde decorreu a manifestação da Intersindical. Em declarações aos jornalistas, Carlos Trindade, dirigente da CGTP, desculpou-se em nome da organização sindical.