A greve dos enfermeiros , que está a decorrer desde as 8 da manhã desta terça-feira em todo o país, conta com uma adesão de 80,11%, diz o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

“Os valores são semelhantes na maior parte do país e em algumas regiões há muitos centros de saúde com nível de adesão de 100%”, revela, ao JPN, Guadalupe Simões, presidente do SEP.

É a terceira paralisação da classe desde o início do ano e o propósito é claro. Os enfermeiros querem que “o Ministério da Saúde repense o seu posicionamento no que diz respeito às negociações que tem vindo a ter com os quatro sindicatos de enfermagem”, reclama a responsável.

Teresa Ribeiro é uma das enfermeiras que hoje integra a manifestação, iniciada às 15h00, à frente do Ministério da Saúde, em pleno Dia Internacional do Enfermeiro. A precariedade da classe é o grande motivo que move os profissionais. “Não há motivação para trabalhar. As carreiras estão congeladas, tentamos evoluir e progredir na carreira e não estamos a ser reconhecidos.”, salienta.

A enfermeira destaca como uma das maiores injustiças o facto de um profissional na área não receber tanto como os licenciados noutras áreas. Para além disso, Teresa Ribeiro lança outras críticas: “Quem está a trabalhar no privado não recebe como um licenciado. Há colegas a receber ordenados precários, abaixo de empregadas de limpeza, a três euros à hora e a recibos-verdes. Quem está no público tem um contrato por termo.”