Há quem diga que o espaço está quase tão poluído como o Planeta Terra. Com milhões de fragmentos à deriva na órbita da Terra, a limpeza do espaço assume-se como uma tarefa que não pode ser descurada.

“Há vários métodos para limpar o espaço (envolvendo lasers, por exemplo)”, destaca Carlos Martins, investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP). No entanto, “qualquer discussão neste campo é extremamente delicada a nível político e diplomático, pelas suas possíveis implicações militares”, salienta.

Nelma Silva, também cientista do CAUP, conta como as diferentes agências espaciais têm departamentos que “vão vigiando o espaço” de forma a “detectar os locais com mais fragmentos”. Deste modo, “podem tentar proteger os equipamentos importantes que estão já no espaço ou que ainda irão”.

Telescópio Hubble vai ficar no espaço?

Com data de desactivação marcada para 2014, o Telescópio Espacial Hubble podia, eventualmente, tornar-se em mais um objecto abandonado no espaço, juntando-se àqueles que já viajam a altas velocidades em torno do planeta.

No entanto, os planos são outros e, segundo Nelma Silva, o Hubble não pode ficar no espaço. Contrariamente ao que acontece a outros, “este satélite não tripulado terá de ser retirado de órbita”.

O plano inicial da NASA era proceder à retirada do telescópio através do envio de um vaivém espacial, mas ainda nada está definido. “Literalmente, a ideia era colocar o Hubble no interior de um vaivém, mas tal ideia foi já posta de lado, pois seria muito cara e complicada de executar”, afirma Nelma Silva.

Por seu lado, Carlos Martins prevê uma descida controlada do telescópio espacial direccionada para o oceano. Onde e como quer que seja, o Hubble terá que ter um futuro definido até 2014.