O parlamento italiano deve aprovar, nos próximos dias, uma proposta de lei que criminaliza a imigração ilegal. Imigrantes não regularizados vão passar a pagar multas até dez mil euros, e quem os ajudar pode ser punido com pena de prisão até três anos.

Fernando Luís Machado, investigador do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa) defende que”medidas de grande repressão não têm eficácia”, até porque, segundo o especialista, “estimulam os piores sentimentos por parte das populações dos países de acolhimento”.

Portugal com menos imigrantes legais

Os ministros da Presidência, Pedro Silva Pereira, e do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva, apresentaram hoje um diploma que fixa em 3800 o contingente de atribuição de vistos a imigrantes extra-europeus. Ao longo e 2009, Portugal vai legalizar menos 4800 cidadãos provenientes de fora da União Europeia do que no ano passado, segundo avança a Lusa. No final do Conselho de Ministros, Vieira da Silva admitiu que o diploma “pode ser alterado”, e Pedro Silva Pereira justificou os números com um “ajuste à economia” e às ofertas de emprego.

A crise económica também “não é desculpa” para reprimir a imigração. Para o investigador, “não há nenhuma ligação entre imigração e crise económica”, até porque, acrescenta, “os imigrantes tendem a ocupar lugares no mercado de trabalho que os nativos não querem”.

Fernando Luís Machado rejeita também encarar as medidas repressivas como uma tendência europeia. “Há países com experiência de recepção de imigrantes que têm outro tipo de abordagem”, remata.