Entre Junho de 2005, até Janeiro de 2009, ja´foram descarregados cerca de 112 173 mil artigos da “Wildlife Biology in Practice”. A revista foi a primeira publicação portuguesa a assumir o conceito de open-access, ou seja, os leitores têm acesso livre e imediato aos artigos publicados.

A verdade é que publicação tem marcado junto de investigadores de todo o mundo na área do estudo da vida selvagem, constando já em doze bases de dados internacionais conceituadas. Além disso, esta está neste momento a ser avaliada pelo ISI Thompson – entidade que atribui importância às revistas em função do impacto dos seus artigos na comunidade científica mundial – tendo em vista a possível distinção com um “Impact Factor”

Carlos Fonseca, professor de Biologia na Universidade de Aveiro, é um dos fundadores da WBP. Em conjunto com José Vingada, professor da Universidade do Minho e presidente da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem, decidiu ” preencher a lacuna de uma revista científica em Portugal”. A escolha do formato open-acess justificou-se “pela sua facilidade de acesso e de edição”

Com mais de dez anos de experiência de estudos da vida selvagem, Carlos Fonseca justifica o sucesso da revista pelo efeito “bola-de-neve” criado junto da comunidade científica. “O reconhecimento passa muito pelo valor dos artigos e pelo valor dos próprios autores”, confessa ao JPN.

Apesar de reconhecer que as expectativas iniciais “foram largamente extravasadas”, o investigador promete ainda mais sucesso: “Não tenho dúvidas que a partir do momento em que for atribuido um factor de impacto à revista, a procura vai ser superior aquela que temos tido actualmente”, projecta.

Um sucesso que começou quase por “brincadeira”

Editada pelo Laboratório Associado do Departamento de Biologia, CESAM (Centro de Estudos para o Ambiente e o Mar), pelos departamentos de Biologia da UA e da UM e pela SPVS, a A Wildlife Biology in Practice até começou “quase por brincadeira”, com o intuito de “tentar publicar um ano” e depois “ver no que iria dar”, conta Carlos Fonseca. Cinco anos depois, a publicação é procurada por cientistas de renome internacional, o que, para o biólogo, lhe confere um “grande reconhecimento internacional”.

Actualmente, a revista mantém a estrutura com que foi originalmente pensada. Segundo Carlos Fonseca, “aquilo que evoluiu essencialmente foi o reconhecimento internacional por parte de entidades que basicamente balizam e podem referenciar as revistas internacionais nesta e noutras áreas”.

O processo de edição” é tão simples quanto aceder aos artigos”, explica o professor. “Depois de produzidos, os artigos são revistos pelo editor técnico. Depois são enviados para dois revisores internacionais e, finalmente, são novamente revistos pelo editor técnico e imediatamente disponibilizados online”, num processo que “prima pela rapidez”.