No dia em que se alerta para a importância da conservação das plantas, dados do Plano Nacional de Conservação da Flora em Perigo mostram que ainda há um longo caminho a percorrer. Oito plantas, das quais sete apenas existem em Portugal, estão classificadas como espécies “em perigo crítico” de extinção, segundo o Plano Nacional de Conservação da Flora em Perigo.

Espécies em perigo

Linaria ricardoi, corriola-do-nacional, corriola-do-espichel, narciso-do-mondego, diabelha-do-algarve, diabelha-do-almograve, álcar-do-algarve e miosótis-das-praias são as sete espécies em perigo que só sobrevivem em território nacional.

Sobre a importância da preservação da flora portuguesa, a directora do Jardim Botânico do Porto destaca a “inclusão na Rede Natura 2000” como algo que contribuiu para a “consciencialização da importância da conservação das espécies autóctones e não autóctones”.

Para Maria Teresa Andresen, a integração na rede europeia, que visa conservar espécies raras e os seus habitats, potenciou a catalogação da flora portuguesa, assim como a criação de metas a atingir.

Apesar de, em 2010, haver metas a atingir no que diz respeito à preservação de espécies autóctones, Maria Teresa Andresen confessa que esses objectivos “não vão ser alcançados”. “Mas existe um esforço presente, e isso também é importante”, conta ao JPN.

A directora do Jardim Botânico do Porto manifesta-se, ainda, a favor da criação de um banco de sementes de âmbito nacional, à semelhança do Banco Português de Germoplasma, que se dedica à recolha e preservação de espécies ligadas à agricultura.

De acordo com Maria Teresa Andresen, os “jardins botânicos são muito importantes na conservação das espécies autóctones”. “Não podem servir apenas para criar plantas bonitas, é necessário que funcionem como ponto de estudo”, explica.