Os credores da Imperconser têm agora dez dias para votar por escrito uma das duas propostas de compra da empresa de conservas, sediada em Vila do Conde, que declarou falência há cerca de três anos.

A decisão foi tomada esta segunda-feira pelo Tribunal do Comércio de Gaia. As propostas de gestão pertencem ao proprietário da Imperconser, Gonçalo Melo, e à actual administradora, a Gencoal.

A conserveira, que emprega 165 trabalhadores, encontra-se em processo de insolvência desde 2006. Na altura, Gonçalo Melo abandonou a gestão, que foi entregue à Gencoal, empresa pertencente à italiana General Conserve.

Esta segunda-feira, alguns credores da empresa, nomeadamente o Banco Espírito Santo, pediram para votar por escrito nas propostas de compra da empresa. Uma solicitação que foi atendida e, por isso, têm agora dez dias para tomar uma decisão.

Ao JPN, José Lapa, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação do Norte (STIANOR), esclarece que a escolha terá de ser feita entre o plano do “administrador judicial Manuel Bacalhau, que foi nomeado pelo tribunal no interesse dos credores e está a favor de Gonçalo Melo” e a proposta da Gencoal.

No entanto, o sindicalista enfatiza que “o plano do administrador judicial, pelos resultados de votações anteriores, não deverá ser aprovado”.

Caso a decisão dos credores não seja aprovada pelo tribunal, o sindicato vai propor que “o administrador judicial proceda, no prazo de 60 dias, à venda do estabelecimento comercial a quem der mais dinheiro”, o que “salvaguarda, em princípio a indústria”, explica José Lapa.

“Os credores não se entendem, não aprovam a proposta, ficam todos em igualdade de circunstância”, condena o coordenador do STIANOR, rematando: “o processo deve continuar em funcionamento no tribunal, sem fechar a empresa, sob a gestão da Gencoal, até à venda”.