O Sindicato dos Profissionais de Policia (SPP) está desagradado com a intenção anunciada pelo Governo de premiar com férias os actos de coragem dos agentes da PSP. A dias da manifestação que promete envolver todos os sindicatos da polícia, o governo está a criar “informações ilusórias que em nada correspondem à verdade”, critica António Ramos, líder do SPP.

António Ramos afirma que a medida anunciada pelo executivo se trata apenas de uma “manobra de diversão”, uma vez que “actualmente o estatuto já prevê este tipo de recompensas, mas que em termos práticos, tem um efeito nulo”, realça o responsável.

O governo pretende premiar os actos de coragem dos agentes da PSP com mais 15 dias de férias pagas por ano. Trata-se de uma licença de mérito que tem como objectivo premiar os polícias que demonstrem uma dedicação fora do comum.

“Ainda recentemente o Governo afirmou já ter pago as horas extraordinárias, quando na verdade isso não aconteceu”, acusa o presidente do SPP que acusa o executivo de estar a”desviar as atenções” e a “enganar os policias e a opinião pública”.

Subsídios em atraso

Críticas que os polícias vão fazer ouvir “mega manifestação” de quinta-feira. Outra das queixas do SPP incide sobre o atraso no pagamento aos polícias que trabalham ao serviço do INEM. Segundo António Ramos, “todas as vezes que os polícias receberam, isso só aconteceu depois das denúncias na comunicação social tendo esses subsídios sido pagos pelo INEM”, disse.

Contrariando o Ministério da Administração Interna, António Ramos confirma que existem já quatro os meses de subsidio em atraso. “Desde Janeiro que os subsídios não são pagos”, afirma o responsável.

O presidente do SPP alerta, ainda, para a necessidade de um reajustamento das verbas destinadas a pagar os gratificados aos polícias. Segundo António Ramos, o “protocolo assinado entre o Totobola, a Santa Casa da Misericórdia e o MAI tem mais de 20 anos e, nessa altura, as verbas dos gratificados eram bastantes mais baixas”

“Actualmente os 40 mil euros para pagar os gratificados quer aos elementos da PSP, quer aos da GNR é insuficiente, pelo que é necessário um reajustamento para um valor na ordem dos 200 mil euros”, conclui.