Rui Rio anunciou esta terça-feira a recandidatura à Câmara Municipal do Porto, prometendo apostar numa linha de continuidade e garantindo estar “com os dois pés no Porto”. Depois de reforçar a sua dedicação “exclusiva” à cidade, o actual líder da autarquia apontou o dedo à eurodeputada Elisa Ferreira, que garantiu que era candidata ao parlamento europeu “apenas para dar o nome”.

“Em democracia não nos podemos candidatar a eleições da mesma forma que nos candidatamos a um emprego através de anúncios nos jornais. É compreensível que quem quer um emprego responda a diversos anúncios, mas não é democraticamente aceitável que alguém se candidate a diversas eleições ao mesmo tempo”, referiu o autarca.

“Quem se candidata ao Porto desta forma, não pode aspirar a conquistar a confiança das pessoas”, prosseguiu Rio, durante uma cerimónia que contou com a presença da presidente do PSD, Manuel Ferreira Leite, do líder da bancada parlamentar do partido, Paulo Rangel, entre outros convidados.

Mas nem só o presidente da CMP denunciou a falta “de frontalidade e coragem” de Elisa Ferreira. Também Miguel Veiga, mandatário, pela terceira vez, da candidatura de Rui Rio, criticou “os jogos de ‘˜pé coxinho’ em redor do poder, ao compasso folclórico do ‘vira virou’, ora pretendendo ir para a Europa, ficando no Porto, ora pretendendo ficar no Porto, indo para a Europa”.

Por isso mesmo a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou aos jornalistas que está convicta de que Rui Rio vai ganhar com maioria absoluta. “Simplesmente porque não tem concorrência”, referiu Ferreira Leite, num dia em que se esqueceram as divergências que opõem Rui Rio (vice-presidente social-democrata) à actual liderança do PSD.

“Por uma cidade ainda mais solidária e mais equilibrada”

Tornar o Porto “uma cidade ainda mais equilibrada e ainda mais equilibrada” é o principal objectivo de Rui Rio para os próximos quatro anos. As medidas de carácter social e o incentivo à reabilitação do centro histórico são as prioridades desta candidatura.

“Pusemos, e vamos continuar a pôr, a política social como prioridade indiscutível do nosso projecto” sustenta Rui Rio, ao enumerar casos como o programa em curso de reabilitação das escolas e forte apoio a actividades extra-curricular.

Ainda no âmbito da coesão social e segurança urbanística, o presidente da CMP aproveitou para lembrar que irá “voltar a lutar para que a toxicodependência volte a ter um projecto sério e competente”.

Por último, defende que “não haverá,seguramente, ninguém que ouse dizer que a Baixa está, hoje, bem melhor do que há cinco anos atrás”. “Por isso,avançamos para um modelo radicalmente diferente e assente muito mais no investimento privado do que na vertente pública”, sustenta.

Estas parcerias público-privada surgem, segundo o autarca, “transformar o rosto desta cidade”, mas também porque “uma câmara municipal não tem verbas nem vocação para para levar a cabo sozinha este projecto fundamental para a competitividade da cidade”.

“Podem chamar-me contabilista, economicista ou coisa ainda mais feia, para efeitos de avaliação política e mediática, que sempre me recusarei a gastar mais do que o que tenho”, remata, em jeito de crítica à política financeira do governo português.