Num jantar promovido pela Associação de Comerciantes do Porto (ACP), Teixeira dos Santos garantiu, esta segunda-feira, que “o governo fez às escolhas certas à luz das teorias da economia”. Por isso mesmo, o ministro das Finanças defende o investimento em grandes obras públicas como uma medida de “sustentabilidade financeira a longo prazo”.

“Adiar projectos de investimento é perder as oportunidades. É adiar o reforço do nosso posicionamento como porta de entrada na Europa”, afirmou.

O governante aproveitou ainda o discurso para lembrar às pequenas e médias empresas (PME) a necessidade de terem “os olhos postos no futuro que permitam aumentar a [sua] competitividade”. Segundo Teixeira dos Santos as PME devem “posicionar-se para aproveitar o momento de viragem logo que ele surja” a fim de assumirem o seu papel no seio da UE.

Quem também se manifestou quanto às medidas anti-crise do governo, nomeadamente no que diz respeito ao apoio às PME, foi o presidente da ACP. Rui Moreira questionou o ministro “se o Estado está em condições de ajudar as empresas”, enumerando questões como o pagamento do IVA, a aceleração dos pagamentos por parte do governo às empresas e o modelo de privatização da ANA, empresa que gere o aeroporto Sá Carneiro.

O Ministro respondeu a uma das dúvidas de Rui Moreira, garantindo que está prevista a redução do pagamento do “IVA mensal, para 20 dias, e do IVA trimestral, para 90 dias”. Quanto àquela que o presidente do ACP intitula como “a pergunta mais incómoda” – a do modelo de privatização da ANA”- Teixeira dos Santos limitou-se a não responder.

Portugal em situação “menos má” do que a média europeia

O ministro aproveitou a cerimónia para estabelecer uma paralelo entre as crise europeias de 1993 e 2003 – em que Portugal reagiu “pior que a Europa e que o mundo” – e a actual crise. “Estamos numa situação menos má em termos comparativos com a economia europeia”, considera Teixeira dos Santos.

Segundo dados apresentados pelo governante, o plano anti-crise de Portugal foi caracterizado pela União Europeia como “uma resposta oportuna e apropriada” não só em “termos de área”, como em “termos de dimensão do esforço”.

“Devemos olhar este problema como um desafio e uma oportunidade de crescimento” rematou, em forma de lembrete, no final do discurso, esta segunda-feira, no Porto.