Um estudo realizado por cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), conclui que certas células penianas de homens com diabetes “auto-destroem-se” quatro vezes mais rapidamente que as de homens saudáveis.

Segundo Carla Costa, líder do grupo de investigação, o conjunto de amostras de tecido peniano utilizado abrangia amostras de tecido humano recolhido de homens diabéticos com disfunção eréctil “muito severa” e que “já tinham tentado todo o tipo de tratamentos” e tecido de homens saudáveis, amostras essas recolhidas durante intervenções cirúrgicas.

Células “importadas”

Para a investigação desenvolvida pelos cientistas da FMUP, foram utilizadas amostras de tecido recolhido por Ronald Virag, director do “Centre d’Explorations et Traitements de l’Impuissance”, de Paris.

Os investigadores utilizaram estes fragmentos de tecidos e estudaram as diferenças na estrutura do tecido peniano entre “diabéticos e ‘homens-controlo'”, com o intuito de perceber “se havia alguma explicação para a ocorrência de disfunção eréctil”. Como resultado, o estudo revela que as células endoteliais, que formam os vasos e artérias penianas, entram em morte celular quatro vezes mais do que ocorre em homens “não-diabéticos”.

O grande objectivo desta investigação é testar, no futuro, uma nova terapia para reabilitar os vasos do pénis, tratando este problema que afecta os diabéticos. No entanto, segundo Carla Costa, não se pode “falar tanto numa cura, mas numa estratégia preventiva para tratar este tipo de disfunção eréctil nos diabéticos”.

Ao JPN, a investigadora revelou ainda que a “chave para prevenir este tipo de patologia passa por ter “as glicemias bastante controladas” e fazer “uma boa alimentação”, “para que o metabolismo tenha alguma normalização”.